Banco Central apoia mudanças propostas pelo senador Plínio Valério

A proposta do senador do Amazonas (PLP 19/2019) dá autonomia à direção do Banco Central. Após impasse político, projeto deve ser votado na próxima terça-feira (3). 

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Da Redação do BNC Amazonas em Brasília 

Publicado em: 29/10/2020 às 19:47 | Atualizado em: 29/10/2020 às 21:16

O Banco Central do Brasil apoia mudanças na instituição propostas pelo senador Plínio Valério (PSDB-AM) em projeto de lei. Foi o que afirmou, nesta quinta-feira (29), o presidente do banco, Roberto Campos Neto. A essência do projeto é a autonomia do BC.

De acordo com Plínio, Campos Neto considera positivo, por exemplo, a introdução de fomento ao emprego nos objetivos da instituição. Considera, do mesmo modo, que e a perda do status de ministro não afetam a espinha dorsal da proposta. 

No encontro, realizado no gabinete do senador (foto), não se falou sobre a data da votação. No entanto, Plínio disse ter “esperança” e “certeza” de que o projeto seja votado terça-feira, 3 de novembro, no plenário do Senado. 

“Acho que quanto à votação, está tudo certo. O projeto está maduro, o acordo foi costurado com o governo e o presidente Davi [Alcolumbre]”, declarou o tucano. Davi Alcolumbre é o presidente do Senado.

 

Blindagem ao presidente do BC 

O (PLP) Projeto de Lei Complementar 19/2019 prevê, contudo, a blindagem do presidente e diretores do Banco Central contra ingerências políticas. 

Da mesma forma, o PLP tem a intenção de afastar risco de descontinuidade da política monetária quando mudar o presidente da República. 

“O presidente [do BC] Campos Neto me mostrou que essas mudanças não prejudicam a filosofia do meu projeto”, declarou Plínio.  

O parlamentar disse, entretanto, que para Campos Neto, a introdução do tema “emprego” no rol de missões do BC “não tem problema”. O tema será tratado pelo banco na medida do possível.

Sobre a mudança no status, o senador recebeu do presidente do BC a explicação, segundo a qual, a autonomia da instituição impede a subordinação ao governo. 

O PLP 19, de autonomia do Banco Central, tem como relator o senador Telmário Mota (Pros-RR). 

 

Impasse político 

Plínio Valério comentou ainda sobre outra proposta com votação prevista para o dia 3. É a que trata de depósitos remunerados.

De acordo com ele, há problemas na negociação do tema, envolvendo sobretudo a bancada do PT. 

Foi o PT, aliado ao PDT, Rede, Cidadania e Podemos que impediram, no entanto, a votação do projeto na sessão da semana passada.  

Portanto, os principais pontos do projeto de autonomia do BC, do senador Plínio Valério, são os seguintes: 

 o presidente do Banco Central e seus nove diretores serão nomeados pelo presidente da República no segundo ano de governo; 

– a direção do BC terá mandato de quatro anos, admitindo uma recondução. Os mandatos vencem de forma alternada, dois a dois. 

– aprovação da diretoria pelo Senado; 

– só poderão ser demitidos em casos de saída voluntária, doença, condenação por improbidade e desempenho comprovadamente insuficiente (Conselho Monetário Nacional); 

– o Banco Central será autarquia de natureza especial cujo presidente deixa de ser ministro; 

– o objetivo fundamental do BC é a estabilidade da moeda,  

– suavizar as flutuações da atividade econômica, zelar pela solidez e eficiência do Sistema Financeiro Nacional; 

– fomentar o pleno emprego; 

– efetuar operações de compra e venda de títulos públicos federais, por meio de remuneração, com limites, prazos, negociação e outras condições. 

 

Foto: divulgação