A militante bolsonarista Sara Giromini afirmou à Polícia Federal (PF) nesta segunda-feira (22) que o general Augusto Heleno , ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), e as deputadas Bia Kicis e Carla Zambelli pediram que o acampamento 300 do Brasil protestasse contra o STF no ano passado. No último sábado (19), Giromini havia feito essas acusações em entrevista ao repórter Eudes Lima. Heleno e Kicis negaram as acusações.
O teor do depoimento de Giromini aos policiais federais foi confirmado à coluna por sua defesa.
Sara Giromini é alvo de pelo menos dois inquéritos no STF, o dos atos antidemocráticos e o das fake news.
Ficou presa por ordem do relator desses casos, o ministro Alexandre de Moraes, e retirou a tornozeleira eletrônica em julho.
No depoimento, Sara Giromini declarou que participou de uma reunião com o general Heleno no Palácio do Planalto em meados de 2020. Nessa época, o movimento bolsonarista 300 do Brasil estava acampado em Brasília.
Depois, o acampamento se tornaria alvo do STF por ataques direcionados à corte. Um deles envolveu o uso de fogos de artifício contra o prédio do tribunal.
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Nesse encontro, que contou com carona de carros oficiais da Presidência, Heleno pediu que o grupo não protestasse mais contra Rodrigo Maia, então presidente da Câmara. Os manifestantes perguntaram se poderiam fazer manifestações contra o Supremo. Heleno concordou e disse que poderiam até aumentar esses protestos contra o tribunal.
Ainda segundo a defesa da militante, as deputadas bolsonaristas Bia Kicis e Carla Zambelli, também investigadas pelo STF, deram a Giromini a mesma orientação: focar as manifestações no Supremo. Giromini também afirmou que Kicis disponibilizou um assessor do gabinete, Evandro Araújo, e um advogado para ajudarem o acampamento em horário de expediente. Araújo também é investigado pelo Supremo por sua participação no acampamento.
Procurado, o GSI afirmou: “O ministro Augusto Heleno já se manifestou duas vezes sobre esse assunto e não comentará o seu desdobramento na esfera judicial”, em referência a uma declaração de Heleno no último domingo (21/11).
Em outubro, o ministro afirmou que a reunião com os militantes no Planalto teve um diálogo “amistoso” e buscou moderar as posições do grupo.
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