O vice-presidente Hamilton Mourão diz que o governo vai decretar nos próximos dias uma moratória das queimadas na Amazônia por 120 dias.
A proibição é uma resposta à pressão de várias empresas e instituições financeiras em relação ao desmatamento na região.
As pressões contra a política ambiental do governo vêm de todos os lados. Presidentes de 40 grandes empresas nacionais e internacionais, além de quatro entidades setoriais, entregaram carta ao vice-presidente fazendo um apelo pelo combate “inflexível e abrangente” ao desmatamento ilegal na Amazônia.
Segundo Mourão, o decreto está sendo elaborado pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e será avaliado nos próximos dias pelo presidente Jair Bolsonaro.
“Está na mão de Ricardo Salles para terminar de fazer isso aí. Ele está fazendo uma observação técnica e espero que fique pronto ou seja mais rápido possível”, disse o vice ao jornal Valor.
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O vice-presidente, que comanda o Conselho Nacional da Amazônia, diz que serão permitidas queimadas apenas para controle fitossanitário, quando for “imprescindível para atividades agrícolas e com autorização do órgão responsável e ambiental.”
Mourão reconhece o desgaste na área ambiental e defende ações que possam melhorar a imagem do governo na área.
Afastamento de Salles
Entidade brasileiras, por exemplo, denunciaram no Conselho de Direitos Humanos da ONU o desmonte das políticas ambientais promovido pelo ministro Salles.
O MPF (Ministério Público Federal) pediu o afastamento urgente do ministro. Os procuradores apontam que os problemas podem ser irreversíveis por conta dos efeitos da gestão de Salles na pasta.
“Como mostram os dados sobre o aumento do desmatamento e o avanço de atividades econômicas ilegais sobre áreas de floresta nativa, incluindo áreas especialmente protegidas, como terras indígenas e unidades de conservação”, acusam.