O presidente Jair Bolsonaro está transformando o Ministério da Educação (MEC) numa espécie de puxadinho do gabinete do ódio. É oque destaca o site IstoÉ Independente.
Conforme a publicação, ele transformou a Educação numa plataforma de doutrinação dos estudantes brasileiros e de perseguição ao pensamento crítico.
O que está em jogo é a mudança da cabeça da juventude, que começa a ver a verdade relativizada por um governo negacionista e de perfil autoritário.
Além disso, a ficar com medo do que escreve nas redações temendo notas baixas ou retaliações do regime.
A grande reportagem destaca que toda confusão em torno do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) só confirma o aumento da interferência ideológica.
Por exemplo, na execução das provas de avaliação e na gestão estratégica do ensino público.
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Interferências
Como resultado, trinta e sete funcionários do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), autarquia vinculada ao MEC que prepara o exame, pediram demissão.
Eles ficaram revoltados com os rumos do órgão e denunciaram interferências indevidas e assédio moral do atual presidente, Danilo Dupas.
Enquanto isso, Bolsonaro dá sinais ditatoriais ao dizer que está deixando o exame com a “cara do governo”e que vai “começar a história do zero”.
O objetivo de interferir nas questões do Enem foi admitido pelo próprio presidente, que está sendo investigado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), a partir de uma denúncia feita por deputados de oposição.
O TCU quer saber se, de fato, as perguntas seguiram critérios técnicos ou houve algum ajuste de oportunidade.
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Projeto de ditadura
Além disso, como todo projeto de ditadura que se preza, o bolsonarista começa pela educação. E o cerco ideológico vai se instalando sorrateiramente e quando menos se espera a liberdade de pensamento desaparece.
A princípio, dois dias antes das primeiras provas do Enem, Bolsonaro declarou, durante uma viagem para Dubai, que o exame tinha ficado do jeito que ele queria.
“Começam agora a ter a cara do governo as questões da prova. Ninguém está preocupado com aquelas questões absurdas do passado”, disse.
Depois voltou atrás e negou ter visto ou alterado alguma pergunta.
Mas na quarta-feira (24), durante uma cerimônia para certificar 43 escolas cívico-militares, ele desembestou a elogiar o ministro Milton Ribeiro.
Na ocasião, atribuiu ao ministro a capacidade de eliminar o “lixo acumulado” no MEC.
“Não escolhi o Milton pela sua formação religiosa, mas ele é um pastor. Quem poderia imaginar um pastor no MEC? O que nós queremos para nossos filhos? Que o menino seja menino, que a menina seja menina, e não aquele lixo acumulado de 2003 para cá, quando se falava de quase tudo na escola, menos de física, química e matemática”, afirmou.
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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil