Estudo do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getulio Vargas (FGV), indica que 11,2% dos brasileiros, equivalente a 23,3 milhões de pessoas, um número maior do que a população do Chile, vivem abaixo da linha de pobreza, que é de 232 reais por mês.
Por esses números, o estudo aferiu que a miséria teve expansão de 33% no período de 2014 e 2017, quando surgiram 6,3 milhões de novos pobres.
Para o economista Mauro Rochlin, vinculado à FGV, “O ano de 2014 era o período pré-crise, e o governo não mediu esforços em termos de gastos para promover um quadro econômico mais atraente do ponto de vista do eleitor.”
“Hoje, o país chega às vésperas da eleição presidencial mais pobre e com mais desempregados após dois anos consecutivos de recessão econômica”, enfatiza o economista.
Desemprego leva mais gente para linha de pobreza
A recuperação do mercado de trabalho, que já acontecia desde o início dos anos 2000, com a efetiva geração de novas vagas, abria a possibilidade do pleno emprego ser atingido com o bônus de expansão da renda do trabalhador.
Porém, o desempenho da economia no exercício de 2014 deixou a expectativa de geração de emprego muito abaixo do esperado, de vez que naquele ano só foram criados 623 mil novos postos de trabalho, quase 60% a menos do que o número de postos gerados no ano anterior, quando 1,49 milhão de vagas foram criadas.
A partir de 2014 e até o primeiro trimestre de 2017 a crise econômica só ampliou a massa de desempregados pelo país afora, com a baixa, por oito trimestres consecutivos, do produto interno bruto (PIB).
Os dados tabulados pela FGV dão conta de que o PIB voltou a crescer em 2017, quando teve incremento de 1%, porém a geração de emprego, por ser um dos últimos fatores a ser retomado quando do aquecimento da atividade produtiva, ainda não indica geração consistente de novas vagas. Hoje, o país tem 12,9 milhões de desempregados, cerca de 12,3% da população economicamente ativa.
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Foto: BNC/Eustáquio Libório