Brics condena ataques ao Irã e pede paz global

Declaração final da cúpula do Brics condena ataques ao Irã, evita citar EUA e Israel, e defende paz no Oriente Médio e Ucrânia.

Social Midia

Publicado em: 06/07/2025 às 16:45 | Atualizado em: 06/07/2025 às 16:46


A declaração final da cúpula do Brics, realizada nos dias 6 e 7 de julho no Rio de Janeiro, expressa uma posição crítica quanto aos ataques contra o Irã, mas evita mencionar diretamente Estados Unidos e Israel, responsáveis pelos bombardeios.

O documento, alinhado com o tom moderado promovido por países como Brasil, Índia, Emirados Árabes e Arábia Saudita, opta por uma abordagem diplomática, mesmo diante da pressão do Irã — membro do bloco desde 2023 — para um posicionamento mais duro.

A declaração manifesta “profunda preocupação” com os ataques a instalações nucleares e civis iranianas, pede respeito às normas internacionais e cobra atuação da ONU, mas sem nomear os agressores.

No conflito israelo-palestino, o texto dedica quatro parágrafos à Faixa de Gaza, condenando os ataques israelenses, a obstrução à ajuda humanitária e o uso da fome como arma de guerra.

O Brics pede cessar-fogo imediato, retirada das forças israelenses, libertação de reféns e acesso humanitário irrestrito.

Defende ainda a solução de dois Estados, com a unificação da Cisjordânia e Gaza sob a Autoridade Palestina — ponto que desagradou o Irã, contrário ao reconhecimento do Estado de Israel.

Quanto à guerra na Ucrânia, a declaração protege a Rússia, condenando ataques ucranianos à infraestrutura em território russo e reforçando o apoio a iniciativas de paz por meio do diálogo e da diplomacia, sem condenar a invasão da Ucrânia.

A cúpula foi marcada por ausências de líderes importantes, como Xi Jinping (China), Vladimir Putin (Rússia) e Masoud Pezeshkian (Irã), o que esvaziou politicamente o evento.

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Mesmo assim, a reunião faz parte da estratégia do governo Lula de reforçar o protagonismo internacional do Brasil e posicionar o Brics como voz relevante no cenário geopolítico global.

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Foto: Foto: Ricardo Stuckert / PR