Achado morto na Caixa diretor que investigava assédio sexual e corrupção
Antes de se tornar diretor, Batista foi um dos assessores estratégicos de Guimarães e por muito tempo atuou como um consultor do ex-presidente do banco

Publicado em: 20/07/2022 às 09:13 | Atualizado em: 20/07/2022 às 09:26
O diretor de Controles Internos e Integridade da Caixa Econômica Federal, Sérgio Ricardo Faustino Batista, foi encontrado morto na sede do banco, em Brasília. O corpo foi achado na noite de terça-feira (19) por um vigilante.
Segundo a Polícia Civil do DF, o caso foi registrado inicialmente como suicídio. Em nota, Caixa manifestou pesar pela morte e disse que contribui para apuração do caso.
Batista era funcionário de carreira da Caixa – entrou para o banco em 1989 e assumiu a diretoria de controles internos por processo seletivo em março de 2022.
A Diretoria de Controle Interno e Integridade (DECOI) é para onde são encaminhadas todas as denúncias recebidas pelo canal de atendimento criado pela Caixa Econômica Federal – sobre qualquer tema, de corrupção a assédio sexual, como as que levaram à queda do ex-presidente do banco Pedro Guimarães (que nega as acusações).
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Antes de se tornar diretor, Batista foi um dos assessores estratégicos de Guimarães e por muito tempo atuou como um consultor do ex-presidente do banco.
As denúncias contra Guimarães chegaram à diretoria comandada por Batista em maio.
De acordo com dirigentes da Caixa, o celular de Batista está em posse da Polícia Civil. Segundo o blog apurou, os investigadores querem periciar o aparelho para saber, entre outras coisas, se o ex-presidente da Caixa falou com o diretor de Integridade do banco sobre o assunto.
Presidente da Caixa
Você está lembrado dela? Na foto destacada, Daniella Marques Consentino. Desde ontem, ela é nova presidente da Caixa Econômica Federal.
Mas até janeiro deste ano, nos bastidores da indústria do Amazonas, era conhecida apenas como a “Paulo Guedes de Saia”.
A alcunha veio à tona, quando seu nome figurou como hipótese para assumir o comando da Suframa. Seria perigo dobrado ter mais um Paulo Guedes decidindo contra a Zona Franca de Manaus (ZFM).
Mas, para pavor do Polo Industrial de Manaus, Daniella foi nomeada secretária Especial de Produtividade e Competitividade (Sepec). Esta pasta é a que cuida, ao lado de Guedes, dos destinos da Suframa.
A nomeação aconteceu no dia 2 de fevereiro de 2022.
Àquela altura Paulo Guedes gestava uma nova ameaça à ZFM. A ameaça, até então, ainda era a possível redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).
Contudo, três semanas após ser nomeada a chefe dos chefes da Suframa, Daniella Marques, foi a Manaus e, durante reunião do Conselheiro de Administração da Suframa (CAS), prometeu proteger o modelo.
Ela disse isso se comprometendo ser porta-voz do Amazonas nas discussões sobre o tema.
“A gente não pode impulsionar qualquer outra área matando algo que já existe, que gera emprego e gera atividade”, discursou na ocasião.
No entanto, no mesmo dia da promessa feita, o governo reduziu o IPI. A decisão contrariava a própria fala do ministro, que também dias antes prometera proteger a ZFM.
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Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil