CNI aponta caminhos para país retomar crescimento da indústria
De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a cada real produzido na indústria, são gerados R$ 2,40 para a economia brasileira

Mariane Veiga
Publicado em: 19/11/2020 às 11:10 | Atualizado em: 19/11/2020 às 11:10
A pandemia do coronavírus (covid-19) deteriorou as perspectivas de crescimento do Brasil em 2020 e impôs uma série de novos desafios para os setores produtivos voltarem a ganhar tração.
Nesse processo de retomada, a indústria ocupa papel central e função estratégica. Ela é responsável por oferecer novas opções (tecnologia e inovação) e dinamizar os demais segmentos da economia.
De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a cada real produzido na indústria, são gerados R$ 2,40 para a economia brasileira.
Para efeitos de comparação, a agricultura gera R$ 1,66; e o setor de serviços, R$ 1,49 a cada real produzido.
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Além disso, embora represente apenas 20,9% do Produto Interno Bruto (PIB), a indústria brasileira responde por 70,1% das exportações brasileiras, 68% dos investimentos privados em pesquisa e desenvolvimento, 33% da arrecadação de tributos federais (exceto receitas previdenciárias) e 31,2% de arrecadação previdenciária patronal.
“A indústria desempenha um papel importante no fortalecimento de todo o setor produtivo brasileiro, especialmente com seus investimentos em tecnologia e inovação. A recuperação da economia nacional passa, portanto, por melhores condições para a indústria retomar seu fôlego, voltar a produzir em plena capacidade, competir de maneira mais eficiente e voltar a crescer”, afirma o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.
Dessa forma, a menor participação da indústria no PIB tem também uma causa extra que é o desenho inadequado de políticas públicas que não assimilaram as transformações ocorridas na economia global.
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No entanto, representantes do setor industrial acreditam que é possível recuperar parte do terreno perdido com a adoção de medidas apropriadas.
“A importância de uma política industrial decorre do fato de que os ganhos de produtividade se traduzem em maior renda e lucro para as empresas e em mais empregos de trabalhadores mais qualificados e mais bem remunerados. A longo prazo, o crescimento sustentado depende de inovações indutoras de mudanças estruturais no setor produtivo”, destaca Andrade.
Portanto, para reabrir o debate sobre política industrial no país, a CNI elaborou o documento Critérios para uma nova agenda de política industrial, em que defende a necessidade de elaboração de um plano de política industrial cujo objetivo deve ser a transformação da estrutura do setor com o aumento da produtividade.
Segundo a entidade, é preciso promover a incorporação de novas tecnologias à produção, o desenvolvimento de novos produtos, a adoção de modelos inovadores de negócio e a diversificação da economia para setores e atividades com maior valor agregado.
O documento reforça, ainda, a importância dos investimentos públicos e privados em ciência, tecnologia e inovação para o país desenvolver modelos de produção e de negócios conectados com a indústria 4.0 e com a economia de baixa emissão de gases do efeito estufa.
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Foto: Divulgação/Moto Honda