CPI ameaça Wizard de uso de força policial para depoimento

"Aqueles que foram regularmente intimados e se negarem, vamos intimar o juiz criminal da localidade onde se encontrem", declarou Aziz

Publicado em: 15/06/2021 Ă s 14:56 | Atualizado em: 15/06/2021 Ă s 14:56

A CPI da Covid-19 ameaçou de uso de força policial para o empresĂ¡rio Carlos Wizard Martins comparecer ao depoimento nesta quinta (17).

A questĂ£o foi apresentada na abertura dos trabalhos de hoje (15) pelo presidente da comissĂ£o, senador Omar Aziz (PSD-AM), e o vice-presidente, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP),

“Aqueles que foram regularmente intimados e se negarem, vamos intimar o juiz criminal da localidade onde se encontrem”, declarou Aziz.

“Conforme o artigo 218 do CĂ³digo de Processo Penal, “o juiz poderĂ¡ requisitar Ă  autoridade policial a sua apresentaĂ§Ă£o ou determinar seja conduzida por oficial de justiça, que poderĂ¡ solicitar o auxĂ­lio da força pĂºblica”, afirmou o senador.

A princĂ­pio, Wizard solicitou depor por videoconferĂªncia. No entanto, o pedido negado pela CPI. Ele Ă© um dos integrantes do chamado “gabinete paralelo”, que teria aconselhado Bolsonaro contra a compra de vacinas e em favor do uso de medicamentos sem eficĂ¡cia comprovada no tratamento da covid-19.

“Esperaremos o sr. Wizard aqui. NĂ£o vindo, o artigo 218 do CĂ³digo de Processo Penal estĂ¡ aĂ­ para isso. Uma das possibilidades Ă© a retenĂ§Ă£o de passaporte”, disse Randolfe Rodrigues.

Nova fase

Segundo o relator da comissĂ£o, senador Renan Calheiros, (MDB-AL), a CPI estĂ¡ entrando “em outra fase”, com a anĂ¡lise da documentaĂ§Ă£o reunida:

“Esta comissĂ£o começou sem nenhum investigado. Todos falaram na condiĂ§Ă£o de testemunha. Mas a investigaĂ§Ă£o jĂ¡ coligiu provas e mais provas, e precisa reclassificar algumas pessoas agora na condiĂ§Ă£o de investigadas. A partir dos resultados, podemos e devemos, sim, avançar. É isto que vamos fazer durante a semana.”

Randolfe anunciou, antes do inĂ­cio da reuniĂ£o desta terça, que a CPI vai reapresentar ao Supremo Tribunal Federal (STF), com fundamentaĂ§Ă£o mais detalhada, todos os pedidos de quebra de sigilos telefĂ´nicos e telemĂ¡ticos negados pela corte.

Um desses pedidos Ă© referente ao coronel da reserva Elcio Franco Filho, ex-secretĂ¡rio-executivo do MinistĂ©rio da SaĂºde na gestĂ£o do general Eduardo Pazuello.

Randolfe tambĂ©m informou que serĂ¡ pedida a quebra de sigilos de Carlos Wizard e de algumas empresas do setor farmacĂªutico, entre elas EMS, Vitamedic e a Aspen.

Fonte: AgĂªncia Senado

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Foto: Marcos Oliveira/AgĂªncia Senado