CPI da covid chama médica Nise Yamaguchi que defende a cloroquina

O diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, disse à CPI que a médica defendeu a mudança na bula da cloroquina para que fosse usada contra covid-19

CPI da covid chama médica Nise Yamaguchi que defende a cloroquina

Diamantino Junior

Publicado em: 13/05/2021 às 10:38 | Atualizado em: 13/05/2021 às 10:38

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da covid no Senado convidou, nesta quinta-feira (13), a médica Nise Yamaguchi.

Ela defende a prescrição de cloroquina como forma de “tratamento precoce” contra a covid-19.

A comissão investiga as ações do governo federal e o uso de recursos da União por Estados e municípios no enfrentamento à pandemia.

Entre as solicitações feitas no 1º dia estão pedidos de informações sobre o fornecimento de respiradores, EPIs (equipamentos de proteção individual), medicamentos do “kit intubação” e de oxigênio.

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Originalmente, Yamaguchi seria convocada pela CPI. Dessa forma ela falaria como testemunha e cometeria crime caso não falasse a verdade.

O senador Ciro Nogueira (PP-PI), que é do grupo de apoio do presidente Jair Bolsonaro, questionou a forma que ela seria chamada.

Em acordo, mudou-se o requerimento para convite, quando o convidado pode inclusive se recusar a comparecer.

O diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, disse à CPI que a médica defendeu a mudança na bula da cloroquina para que fosse usada contra covid-19.

O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta afirmou à comissão em 4 de maio que esteve em reunião onde foi lhe mostrado um rascunho de decreto que mudava a bula do medicamento.

O remédio não tem tem estudos conclusivos que comprovem sua eficácia para o tratamento da covid-19.

Como convidada, a médica será ouvida como uma especialista sobre o tema, mas não deve escapar de ser questionada sobre o episódio relatado por Barra Torres e Mandetta.

Nesta quinta-feira (13), a CPI da covid no Senado ouve o ex-presidente para o Brasil da fabricante de vacinas contra covid-19 Pfizer, Carlos Murillo.

No dia anterior, o ex-secretário de Comunicação do governo Bolsonaro Fabio Wajngarten afirmou que o governo federal não respondeu a uma carta enviada pela farmacêutica em que a empresa norte-americana consulta a intenção do Ministério da Saúde em comprar vacinas contra a covid-19.

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Foto: Reprodução/TV Brasil