CPI revela que Roberto Dias fez dossiê que compromete governo
O presidente da comissão, senador Omar Aziz revelou que o governo Bolsonaro tinha conhecimento das ações de Roberto Dias

Ferreira Gabriel
Publicado em: 03/09/2021 às 17:30 | Atualizado em: 03/09/2021 às 17:30
O presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM) fez revelação de um caso que envolve o ex-diretor da Saúde, Roberto Dias e o governo de Jair Bolsonaro.
Segundo Aziz, Dias não foi exonerado no ano passado porque tinha um dossiê comprometedor contra o governo . A declaração foi dada em entrevista à GloboNews.
“Uma operação foi feita no ano passado, no Pará, onde o MPF (Ministério Público Federal) e a PF (Polícia Federal) apreenderam o celular do senhor Marconny [suposto lobista da Precisa Medicamentos]. Nesse celular, tem muitas coisas que mostram, inclusive, eles orientando o Roberto Dias sobre como deveria ser feito as licitações, inclusive como desqualificar empresas e proteger outras em relação à Precisa. Agora, o que nos estranha é que isso é de conhecimento desde o ano passado”, revelou o senador.
A partir disso, Aziz disse que o coronel Élcio Franco “fez uma portaria tirando os poderes o Roberto”.
Conforme o presidente da comissão, a portaria não foi à toa”. Além disso, ressaltou que o governo tinha conhecimento das ações de Roberto Dias. “Só tomaram providência depois do Dominghetti”.
Em junho, o governo federal exonerou Roberto Dias após a Folha de S.Paulo publicar entrevista com o vendedor de vacinas Luiz Paulo Dominghetti. Ele acusa Dias de pedir propina de US$ 1 por cada unidade da AstraZeneca.
A intermediária Davati Medical Supply ofertava 400 milhões de doses ao governo brasileiro.
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Foto: Agência Senado