“De onde tiraram essa ideia que David representa a esquerda?”, diz Herbert Amazonas

Publicado em: 13/06/2018 às 06:00 | Atualizado em: 13/06/2018 às 08:12

Por Rosiene Carvalho, da Redação

 

O ícone da esquerda que já foi candidato ao Governo do Amazonas e à Prefeitura de Manaus oito vezes, Herbert Amazonas (Psol), declarou que o presidente da ALE-AM  e pré-candidato a governador, David Almeida (PSB), é um “frankenstein” na esquerda. A declaração foi feita ao BNC Entrevista, nesta terça-feira, dia 12.

Em função disso, após a presidência estadual da sigla anunciar apoio a David no palanque de lançamento de sua pré-candidatura, na semana passada, membros do Psol se opusera à aliança e a desfizeram antes do enlace oficial.

“Eu não sei de onde os companheiros do PCdoB, parte dos companheiros do PT tiraram essa de que  o David Almeida representa a esquerda ou como sendo um homem pelo menos próximo da esquerda (…) Tem toda uma discussão em que o David não se encaixa num projeto socialista,  de esquerda como do PCdoB. Isso não tem lógica, é um absurdo”, declarou.

Herbert Amazonas fez uma listou bandeiras da esquerda que David Almeida, segundo sua avaliação, não se encaixaria. “O perfil do David Almeida é de um homem que foi fiel escudeiro do governo José Melo e implementou toda a política do governo José Melo, foi relator de uma proposta que nós da esquerda somos contra que é a Escola sem partido, tem entre os aliados uma pessoa que se aproximou do Jair Bolsonaro, que é uma candidatura  maléfica para LGBT, negros, jovens, indígenas, para a população pobre”, disse.

Ele sugeriu que os partidos de esquerda que analisam escolhê-lo  como representante repensem a conjuntura política. “Eu acho isso aí um absurdo. Os companheiros deveriam parar, laçar uma candidatura própria. Se juntar a David Almeida  e dizer que é um bloco alternativo. Alternativo a que? Para que? Não tem como ver o David como representação de um bloco de esquerda no nosso Estado”, disse.

Herbert Amazonas  chamou David Almeida de “frankenstein” e disse que o Psol não o apoiará e que deve lançar candidatura própria. “Não vai mais coligar. Essa política foi derrotada”, disse.

Candidatura

Herbert Amazonas, que já foi  três vezes candidato a prefeito de Manaus e cinco a governador com votações pouco expressivas e discurso contrário aos grupos políticos que se revezam no poder não é candidato há dois pleitos. Ao BNC Entrevista disse que, por questões pessoais, não terá o nome nas urnas em 2018 mais uma vez, porém atuará ativamente  como militante do Psol nesta eleição.

O socialista reagiu com irritação, durante a entrevista, ao ser chamado por um perfil do Facebook que se apresentou como “Enfermeira Charlene”  de “laranja do Amazonino”.

“Eu nunca me aliei a esses vagabundos, a esses canalhas. Ela não conhece a minha história. Isso é uma mentira”, disse.

Governo e prefeitura

Herbert Amazonas também criticou a administração do prefeito de Manaus Arthur Neto (PSDB) e  do governador Amazonino Mendes (PDT). Ele  afirmou que  a administração  dos dois  têm dinheiro para  empresários, mas não tem dinheiro para investir no funcionalismo público e  nem na melhoria  de vida das pessoas, sobretudo as de baixa  renda.

“Não  tem  dinheiro para  tapar  buraco. Mas agora está se aproximando a eleição  e  vai surgir umas ruais legais (…).  Perto de onde eu moro, no Japiim, colocaram uma bananeira num buraco … Um homem desse não  tem vergonha? Eu teria vergonha se fizessem um  negócio desse comigo. Há uma situação  de desgoverno na nossa cidade. Não tem oposição. O vereador fala, acusa o prefeito, cobra o prefeito e daqui a dois  dias está abraçado com o prefeito. Não sei que mágica o prefeito faz”, disse.

Herbet Amazonas criticou o abandono do interior, a falta de respostas adequadas para a segurança pública, saúde e para o índice de miséria e pobreza no Amazonas. “Isso é responsabilidade do governo”, declarou.

Ele disse  que a desculpa de falta de tempo por ser um governo tampão, mais curto, é um “mito”. “Isso de governo tampão é só um mito. Os recursos entram, as receitas entram. Mas não são repassados como deveriam para os serviços públicos. Você fica doente e chega num hospital, não tem condições. Falta remédio”, disse.

O ex-candidato do PSTU também falou sobre a sua saída da sigla para entrar no Psol em 2015, analisou a contribuição para o debate político que a esquerda deve fazer nesta Eleição de 2018 e também as políticas de privatização e redução de direitos do trabalhador do Governo Temer.

Assista a entrevista completa abaixo:

https://www.facebook.com/bncamazonas/videos/2123997554545056/