Deputado do AM acusa governo Bolsonaro de pressionar pelo aumento da grilagem
Deputado estabeleceu que a regra para regularização será aplicada em áreas com até seis módulos fiscais; governo quer 15.

Iram Alfaia, de Brasília
Publicado em: 20/05/2020 às 21:12 | Atualizado em: 21/05/2020 às 07:02
E disse que fez isso após “setores do governo” pressionarem para aumentar o alcance da grilagem.
No seu relatório, o deputado estabeleceu que a regra para regularização será aplicada em áreas com até seis módulos fiscais (o módulo fiscal varia de 5 a 110 hectares) e ocupadas até julho de 2008.
Ramos fazia, portanto, referência ao autor da matéria, do partido Solidariedade, de Minas Gerais.
Conforme o deputado, ele tem convicção de defender mais de 100 mil pequenos agricultores que precisam do título do título da terra, proteger o meio ambiente e combater a grilagem.
Reação ao projeto
A FT Amazônia do Ministério Público Federal (MPF) avaliou quer o projeto está sendo discutido e aprovado “a toque de caixa” pelo Congresso.
Isso sem ampla discussão com a sociedade e sem enfrentar pontos polêmicos que podem incentivar crimes ambientais e de grilagem.
Repúdio ao projeto
Organizações ambientalistas, de trabalhadores rurais, indígenas e de direitos humanos disseram que o projeto substitui a MP (910) da Grilagem, que expirou no dia 19 deste mês, mas continua ameaçando o aumento da grilagem e do desmatamento, sobretudo na Amazônia.
Renan Sotto Mayor, presidente do Conselho Nacional de Direitos Humanos, afirmou que a entidade é contra o projeto.
O entendimento, conforme ele, é que a proposta fere convenções internacional e direitos humanos de povos tradicionais.
“Esse projeto fere a convenção 169 ao não debater o tema com os povos indígenas, quilombolas e tradicionais. A Câmara também teria que debater antes os impactos do Tribunal de Contas da União (TCU), como o programa Terra Legal, devido ao desmatamento e violações praticadas”.
O conselho é órgão vinculado ao Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, chefiado por Damares Alves.
De acordo com a nota do MPF, depois de examinar 1.287 lotes de uma área de 1,4 milhão de hectares na Amazônia Legal, o TCU concluiu que nada foi feito para recuperar mais de R$ 1 bilhão em áreas irregularmente ocupadas.
Essas irregularidades foram identificadas nos sistemas de informação à disposição do programa, a chamada ‘grilagem eletrônica’.
Projeto não reduz impacto
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