“Derrota do Exército no Rio será incorrigível”, diz Arthur

Publicado em: 20/02/2018 às 05:00 | Atualizado em: 20/02/2018 às 07:26
Em entrevista ao BNC durante inauguração de uma Unidade Básica de Saúde (UBS) na zona rural, o prefeito de Manaus, Arthur Neto (PSDB), demonstrou dúvida sobre o sucesso da intervenção federal do governo Michel Temer (MDB) contra o crime organizado no Rio de Janeiro.
“O presidente fez essa intervenção no Rio e eu não sei nem se ela foi acertada, porque, se não der certo, é a derrota do Exército Brasileiro e isso será incorrigível do ponto de vista institucional do Brasil”.
O comentário foi feito ao criticar o papel de seu partido nas discussões da reforma da Previdência, papel esse que ele chamou de “vergonhoso”.
Na visão de Arthur, o PSDB foi “salvo pelo gongo”, por causa da intervenção no Rio, pois ainda não fechou questão a favor ou contra a reforma polêmica.
“O fato é que com a intervenção ficam impedidos de tramitar no Congresso projetos de reforma da Constituição”, disse o chefe do executivo municipal nesta segunda-feira, dia 19.
Audiência com Temer e farsa
Arthur disse terá uma audiência em Brasília com o presidente da República para “cuidar de alguns assuntos ligados a recursos para Manaus”. E aproveitará para manter contato com os dirigentes do PSDB.
“O fato é que o tempo das prévias está se esgotando. Denunciei a farsa que estão montando. Falei que eu não participo de farsa. Estou até hoje aguardando uma resposta [sobre os debates]. São tão pusilânimes sobre os questionamentos mais duros que se fazem. É toda aquela conversa. O objetivo é eles fazerem o Geraldo Alckmin [governador de São Paulo] de qualquer maneira candidato a presidente da República e a meu ver com chances muito pequenas de vencer”, prognosticou o prefeito.
Justiça contra Alckmin
Arthur reafirmou que Alckmin não quer enfrentá-lo em debates antes da escolha do nome do presidenciável tucano, mas sim que quer ser “ungido como candidato”. E que, se necessário, irá à justiça contra o paulista.
“Ele é dono do partido, hoje comanda todas as pessoas lá. Existe essa ditadura do fundo partidário. Todo mundo morre de medo de falar alguma coisa porque se não perde o fundo partidário. Eu não tô nem um pouco preocupado com o que vai acontecer. E mais, se precisar, por causa do fundo partidário das eleições aqui em Manaus, ir à justiça eu vou para derrotá-lo pra trazer o que é de direito, sem eu ter que abaixar a cabeça, sem ter que me humilhar pra ele, porque é gente assim, arrogante, e a gente conhece os exemplos aqui do Amazonas, é gente arrogante assim, que costuma na hora da eleição bater fofo quando se trata de consulta popular”.
Críticas e abraços
O prefeito respondeu ainda às declarações feitas pelo ex-senador José Aníbal (PSDB) dizendo que o manauara “passou dos limites nas críticas duras” que fez ao governador e presidente tucano Geraldo Alckmin.
“O [Aníbal] é um querido amigo, que me critica de longe e me abraça de perto. Me deu palavras de estímulo, quando eu comecei essa pré-campanha. Ele tá naquela hora ali pra ver o que que sobra pra cada um. Ele é suplente de senador, que sobra pra ele?”, comentou rindo.
Pão de ló
Apesar de achar que o PSDB tende “a perder relevância”, Arthur diz que “não sai do partido”.
E que caso se concretize a ideia de escolher Alckmin como presidenciável tucano, o prefeito diz que “continuará muito de pé”.
“[Caso aconteça] mesmo isso de ele fugir da raia como foge, eu vou receber aqui todos os candidatos a presidente, todos os que quiserem visitar o prefeito. Serão recebidos bem, e o que vou pedir a eles é que analisem um documento, que é um documento de defesa da Zona Franca de Manaus, contra as desigualdades regionais, contra as injustiças que são praticadas contra nordeste, norte, centro-oeste. E eu tratarei a pão de ló todo e qualquer presidenciável que me procurar. Vou trocar ideias políticas com elas, por mais diversas que sejam as opiniões delas em relação as minhas”, finalizou.
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Foto: BNC