No dia da indústria, o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, anunciou medidas importantes para o setor automotivo. Os carros de até R$ 120 mil comercializados no Brasil terão descontos em impostos, com percentuais variando entre 1,5% e 10,7%. Esses descontos serão baseados em três critérios: valor do carro, eficiência energética e densidade industrial.
A informação consta na matéria de Diego Mendes da CNN Brasil .
Descontos
O primeiro critério considera a questão social, onde carros de menor valor terão descontos maiores nos impostos, incluindo o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e o Programa de Integração Social (PIS)/Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins).
O segundo critério é a eficiência energética, ou seja, carros que poluem menos receberão descontos mais significativos nos tributos.
Por fim, a densidade industrial também será levada em conta, com maiores descontos para veículos fabricados com maior participação de empresas brasileiras.
Descontos podem ser ainda maiores com venda direta
Alckmin destacou que os descontos podem ser ainda maiores, pois as indústrias poderão realizar vendas diretas, reduzindo ainda mais o preço dos veículos.
O ministro ressaltou que, se o carro se encaixar nas três diretrizes mencionadas – valor mais baixo, menor emissão de poluentes e maior participação de produtos brasileiros na fabricação -, o desconto será maior. Além disso, se a venda for feita por venda direta, o desconto aumenta.
Com todas essas medidas, o objetivo é tornar o carro mais barato do país, que atualmente custa em torno de R$ 68 mil, abaixo de R$ 60 mil.
Reunião no Palácio do Planalto e impacto no setor automotivo
O anúncio foi feito durante uma reunião no Palácio do Planalto, em Brasília, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, equipe econômica e representantes de entidades e fabricantes do setor automotivo.
O presidente da associação de montadoras Anfavea, Márcio Lima Leite, afirmou que os preços dos veículos novos podem cair para menos de R$ 60 mil com as medidas anunciadas pelo governo federal, incluindo a redução de PIS/Cofins.
Discussão sobre o processo de desindustrialização
Além das medidas específicas para o setor automotivo, a reunião também abordou o processo de desindustrialização que o país vem enfrentando.
Alckmin destacou três pontos discutidos: câmbio, juros e impostos. Segundo ele, o câmbio está competitivo e estável, os juros estão elevados no presente, mas tendem a cair no futuro, e a indústria está “supertributada”. O objetivo é promover a competitividade, reduzir o custo Brasil e estimular a reindustrialização.
Medidas adicionais para impulsionar o setor
Alckmin anunciou medidas adicionais para alavancar o setor industrial. Foi definido que a taxa referencial (TR) será utilizada como taxa de juros para projetos de pesquisa e inovação no setor automotivo.
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Além disso, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) disponibilizará financiamentos para a indústria, direcionando R$ 2 bilhões para a exportação no setor automotivo, com condições semelhantes às oferecidas ao agronegócio, e outros R$ 2 bilhões para investimentos, totalizando R$ 4 bilhões de crédito para o segmento. Essas medidas visam modernizar o parque fabril e proporcionar crédito mais acessível.
Com todas essas ações, o governo busca impulsionar a indústria automotiva, promover a competitividade, estimular a produção e beneficiar os consumidores com a redução dos preços dos veículos.
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Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil