Dinheiro público na mira do STF foi para irmã de deputado e até agiota

Ministro Flávio Dino reforça investigação do destino de R$ 694,6 milhões em emendas pix na Câmara.

Publicado em: 25/08/2025 às 08:15 | Atualizado em: 25/08/2025 às 08:49

O Supremo Tribunal Federal (STF) determinou nova devassa nas emendas parlamentares. O ministro Flávio Dino ordenou, neste domingo (24), que o Tribunal de Contas da União detalhe R$ 694,6 milhões em repasses do tipo pix sem plano de trabalho definido.

Entre os casos que escancaram o uso político e criminoso do dinheiro público está o da ex-prefeita Luanna Rezende, irmã do deputado e ex-ministro das Comunicações Juscelino Filho (União Brasil). Segundo a Polícia Federal, ela foi beneficiada por verbas de emendas em Vitorino Freire (MA), cidade que governava, em um esquema de corrupção e lavagem de dinheiro.

Outro exemplo é o do agiota Josival da Silva, conhecido como Pacovan, apontado como operador de propina em um esquema com os deputados Josimar Maranhãozinho (PL-MA), Bosco Costa (PL) e Pastor Gil (PL). O grupo teria usado emendas para extorquir prefeituras maranhenses em troca de liberação de recursos.

As irregularidades não param aí: denúncias também atingem nomes de peso como Arthur Lira (PP-AL), Davi Alcolumbre (União-AP) e Randolfe Rodrigues (PT-AP), além de dezenas de deputados de diferentes partidos. Há relatos de emendas usadas para festas juninas, shows de artistas, calçadas superfaturadas e ONGs fantasmas criadas para receber milhões da noite para o dia.

Para a PF e a Controladoria-Geral da União, os desvios vão de “imorais” a “claramente criminosos”. Com a pressão do Judiciário, parlamentares tentam aprovar a chamada PEC da blindagem, que busca limitar a atuação do STF sobre o tema.

Mas, com a ordem de Dino, a farra com o dinheiro público voltou ao centro do debate.

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Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil