Dirceu prega desobediência à Justiça em nome da candidatura de Lula

Publicado em: 07/01/2018 às 14:30 | Atualizado em: 07/01/2018 às 14:31

Mesmo condenado no Mensalão e novamente na Lava Jato em segunda instância sob a acusação de receber propinas milionárias até mesmo quando esteve preso, o ex-ministro José Dirceu não se cansa de debochar dos brasileiros.

Dessa vez, em mensagem de Ano Novo direcionada a militantes do PT, Dirceu afirmou que o País não pode se curvar a uma “ditadura da toga”.

Mesmo que o ex-presidente seja declarado inelegível, Dirceu acha que os petistas devem “combater para garantir a candidatura do ex-presidente”.

O alvo de suas críticas foi o Poder Judiciário que condenou o ex-presidente Lula por corrupção, o que pode levá-lo à cadeia e torná-lo inelegível.

Amigos de longa data e fundadores do PT, Lula e Dirceu hoje têm mais um ponto em comum: participaram ativamente, com papel de chefia de quadrilha, do esquema que desviou bilhões de reais dos cofres da Petrobrás.

Para o presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), Roberto Carvalho Veloso, a postura firme do Judiciário ao processar políticos e poderosos, que “dilapidam o patrimônio público”, é que faz gerar críticas como as de Dirceu.

“A opinião do ex-ministro reflete a posição daqueles que estavam acostumados com a impunidade, que se sentiam acima da lei, imunes à jurisdição criminal. A realidade hoje é outra. A Justiça está processando e condenando poderosos. Por isso, surgem essas acusações de que o Judiciário está usurpando a competência do Executivo e do Legislativo. Isso não é verdade”, disse Veloso a IstoÉ.

 

Convoca petistas

Na mesma mensagem de Ano Novo divulgada no site “Nocaute” do escritor Fernando Morais, Dirceu convocou a militância a lutar para garantir a candidatura de Lula e comparou a situação do ex-presidente com a ditadura militar, que governava “por atos institucionais”.

Falou em “golpe” aplicado na ex-presidente Dilma Rousseff, por meio do processo de impeachment, e criticou as articulações para implantar no Brasil um regime de semipresidencialismo.

Novamente, as críticas foram direcionadas ao Poder Judiciário.

“Querem usurpar o poder do Legislativo e do próprio Executivo, refazer a Constituição, violando direitos, garantias fundamentais. Tudo em nome de impedir Lula de ser candidato”, afirmou. Ele não citou nomes, mas desafiou: “juízes não foram eleitos”.

O ex-ministro defende que os petistas se unam para “não permitir a ditadura da toga”. Mesmo que o ex-presidente seja declarado inelegível, Dirceu acha que os petistas devem “combater para garantir a candidatura de Lula”.

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Foto:  Paulo Lisboa/Brazil Photo Press/Estadão Conteúdo