DivergĂªncia na DPE-AM sobre mortos no massacre do Compaj

Publicado em: 23/01/2017 Ă s 10:26 | Atualizado em: 23/01/2017 Ă s 10:26

A percepĂ§Ă£o por parte de familiares de que seu membro nĂ£o estĂ¡ na lista oficial dos mortos no Compaj, Puraquequara, Vidal Pessoa, nem entre os foragidos ou os que continuam presos, revela mais claramente um problema hĂ¡ muito denunciado: falta de controle da populaĂ§Ă£o carcerĂ¡ria. Quantos e quem sĂ£o.

A Defensoria PĂºblica do Estado do Amazonas (DPE-AM) considera que o tempo passado de mais de 20 dias do massacre nos presĂ­dios jĂ¡ Ă© suficiente para que a autoridade penitenciĂ¡ria do estado tivesse atualizado essas listas.

Uma das inconsistĂªncias estĂ¡ sendo identificada pela defensoria na hora em que a famĂ­lia requer a indenizaĂ§Ă£o pelo seu preso morto no massacre. SĂ³ que esse nome nĂ£o consta na lista oficial. Mas, a famĂ­lia sustenta sua morte.

Nas contas da defensoria, pelo menos 64 famílias de presos assassinados em presídios do estado devem receber indenizações individuais de R$ 50 mil.

Diante dessa situaĂ§Ă£o polĂªmica, a DPE anuncia que vai cobrar do poder JudiciĂ¡rio e do sistema de segurança pĂºblica e prisional a real informaĂ§Ă£o de quem estĂ¡ preso, morto ou foragido. A mĂ­nima providĂªncia esperada pela sociedade.

HĂ¡ muita especulaĂ§Ă£o sobre esses nĂºmeros. Policiais de serviço no Compaj no dia do massacre, por exemplo, afirmam que o nĂºmero de foragidos Ă© muito maior do que as duas dezenas divulgadas oficialmente.

TambĂ©m divergem do nĂºmero oficial de mortos no massacre e especulam que hĂ¡ nas matas prĂ³ximas ao Compaj corpos a serem descobertos, como os trĂªs que foram achados dias depois da carnificina.

 

Foto: Marcelo Camargo/AgĂªncia Brasil