Por Rosiene Carvalho , da Redação
Duas semanas após a posse para uma gestão com discurso de “multiplicar os dias” e “arrumar a casa”, o Governo do Amazonas continua sem nomeação para duas secretarias, entre as quais, uma que cuida de verdadeira bomba-relógio no Estado: a Secretaria de Estado de Assuntos Penitenciários (Seap).
A outra pasta vaga é a Secretaria de Estado de Planejamento, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Seplancti), que deveria ser a chave da engrenagem que se propõe a arrumar a casa em 12 meses.
A Controladoria Geral do Estado (CGE), órgão responsável por supervisionar o controle dos padrões de ética e transparência do serviço público, recebeu nomeação de titular nesta terça-feira, dia 17 .
Dentro os novos secretários nomeados pelo governador Amazonino Mendes (PDT), três ocupam neste momento a titularidades de duas secretarias.
A expectativa é que, quando o Governo encaminhar para a Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (ALE-AM) a reforma administrativa, ainda sem previsão, estas vagas duplas se unifiquem com a fusão de pastas.
Os secretários que estão responsáveis por duas pastas na atual estrutura do Estado são: Auxiliadora Abrantes Pinto, que é titular da Secretaria de Estado de Assistência Social (Seas) e da Secretaria de Estado de Direitos da Pessoa com Deficiência.
Outro secretário que acumula cargos é Oswaldo Said Júnior, titular da Secretaria de Estado de Infraestrutura (Seinfra) e da Secretaria de Estado de de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Manaus.
O vereador licenciado Diego Afonso (PDT), que tomou posse dos cargos nesta segunda-feira, dia 16, acumula o comando da Secretaria de Estado de Políticas Fundiárias (SEPF) e a poderosa estrutura da Superintendência de Habitação do Amazonas (Suhab), que tem uma série de obras de moradias populares paralisadas.
Seap
Apesar de estratégicas para uma boa avaliação da administração e do contexto de complexidade em função dos recentes registros de violência no Estado, o governador Amazonino Mendes escolheu perfis políticos para a secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP) e Seap.
A SSP caiu nas mãos do vice-governador Bosco Saraiva (PSDB). A informação que circulou nos bastidores, antes da nomeação, é que outros quadros técnicos foram convidados mas não aceitaram integrar o Governo.
Um dos sondados foi o ex-secretário e delegado federal Sérgio Fontes, que esteve à frente da pasta num dos momentos de maior crise no setor. A imagem de credibilidade de Fontes ajudou o Governo José Melo a enfrentar a crise do início do ano.
Na Seap, o escolhido foi o coronel Dan Câmara, irmão do deputado federal Silas Câmara (PRB) e do pastor da Assembleia de Deus Jonatas Câmara, que desde o Governo Eduardo Braga (PMDB) indicam e mantêm espaços na administração estadual.
Dan Câmara, apesar de ser um quadro da Polícia Militar, não tem no currículo formação para área penitenciária.
O coronel chegou a participar da primeira foto oficial de secretário com o governador no dia da posse, mas demonstrou desconforto em dar entrevista alegando “que a nomeação podia não se confirmar”. E, na sequência, declinou do cargo.
O BNC apurou que, apesar da exoneração, o antigo titular da Seap o tenente-coronel Cleitman Rabelo continua “dando uma força” na gestão da pasta.
Mas esta forma de administração é precária e perigosa considerando-se que há dez meses o Amazonas foi palco do segundo maior massacre em presídios brasileiros, onde, numa das rebeliões 56 presos foram esquartejados por outros presos e mais de 200 fugiram do sistema prisional, além de um aumento no número de execuções em Manaus após o episódio.
Assembleia de Deus
Uma outra indicação, anotada na conta da Assembleia de Deus, é a do secretário de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc), Clisáres Silva de Santana. Antes de ser nomeado para esta pasta, Clisáres foi titular de um cargo que, em tese, nada tem a ver com as características da nova pasta.
Ocupou a gerência no Amazonas no Instituto Nacional de Seguro Social (INSS). O cargo federal foi indicação do partido de Silas após o INSS ser o responsável pelo pagamento do seguro defeso, setor que deu uma boa propulsão para que Silas se reelegesse deputado federal em 2014.
Foto: Divulgação/Seap
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Dan Câmara é o escolhido de Amazonino para Seap