Da Redação
No ano em que os comunistas terão um dos seus maiores desafios dos últimos quinze anos no Amazonas, o Partido Comunista do Brasil (PCdoB) confiou o comando estadual da legenda a seu mais importante quadro no Estado, o ex-deputado estadual e ex-secretário de estado Eron Bezerra.
Ele foi escolhido presidente do Comitê Estadual no sábado, dia 28, por meio de eleição indireta e com votos secretos de delegados que participaram neste fim de semana da Conferência Regional do PCdoB, realizada no auditório da Escola do Legislativo da Assembleia Legislativa do Estado (ALE-AM).
Eron vai dividir a responsabilidade com a ex-vereadora de Manaus Lucia Antony, que foi eleita vice-presidente da sigla.
A principal missão de Eron será tentar manter a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) no Congresso Nacional, quer seja à reeleição ou com sua já cogitada volta à Câmara dos Deputados, de onde saiu em 2010 com forte apoio do ex-presidente Lula e do ex-governador Eduardo Braga (PMDB).
A outra missão importante confiada a Eron, com sua volta ao posto, porque ele já presidiu o partido, será a de romper com o PMDB de Braga, com quem estavam alinhados desde a chegada do PT ao Palácio do Planalto em 2002.
Também no fim de semana os comunistas indicaram que poderão apoiar o presidente da ALE-AM, David Almeida (PSD), a governador em 2018, projeto que ele traçou após sua passagem interina pelo cargo e que agora trabalha para viabilizá-lo.
Em seu discurso no encerramento do evento, Eron mostrou estar consciente dos desafios políticos que assumiu e fez uma visita à história comunista com base na luta de classes.
Ele disse, por exemplo, que a história do partido é de amor aos desafios sempre superados e comparou a bravura com que esta conferência se comportou com a dimensão do tamanho da luta que o partido enfrenta desde a sua criação.
“É verdade que a nossa resistência vai continuar a aumentar cada vez mais, e a única coisa que explica essa resistência é a compreensão da questão da luta de classes”.
Em outro trecho, Eron fez críticas ao PT, dizendo que os petistas não compreenderam esse confronto social.
“Este foi um dos erros que o PT cometeu. Como partidos de alinhamento esquerdista, não chegamos no poder, por não termos esta convicção. Estivemos na beira do governo, mas esquecemos que a luta de classes exigia medidas estruturantes”.
Em fala de estímulo aos participantes do evento, o novo presidente do PCdoB falou em vencer na adversidade:
“Assim se vence na adversidade, com a convicção de que se pode perder uma batalha, mas não desistir de lutar. Se a gente não compreender isso, não tem como avançar”.
Foto: Divulgação/PCdoB