O biólogo e pesquisador Lucas Ferrante, do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa), prevê que Manaus, a capital do Amazonas, vai viver a terceira onda do coronavírus (covid) antes mesmo de sair da segunda. E isso vai acontecer de março a maio.
Ferrante fala com a autoridade de quem foi um dos especialistas que alertou com muita antecedência que o estado sofreria nova onda de contaminações e mortes depois do pico em abril e maio de 2020.
Conforme sua avaliação, o colapso vivido agora na rede hospitalar não é resultado da P.1, a nova mutação do vírus transmissor da doença.
Para Ferrante, isso é reflexo ainda das festas de fim de ano e do retorno às aulas presenciais, basicamente.
Dessa maneira, embora a variante não seja a causadora da alta taxa de mortalidade e hospitalização na segunda onde, o vírus se fortaleceu nesse ambiente.
Ferrante é um dos defensores do lockdown em Manaus como forma de interromper a circulação e novas mutações do vírus. De acordo com ele, esse alerta de terceira onda e necessidade de maior isolamento da população já foi apresentado ao prefeito da capital.
Outro alerta para combater o coronavírus com eficácia é a vacinação em massa da população.
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Alerta tá dado
Segundo afirma o pesquisador, se houver essa terceira onda, ela vai continuar afetando a população por mais tempo.
Como resultado, prevê o cientista, o grau de mortalidade e contaminação continuará sendo mais alto que em 2020.
Por tudo isso, o Amazonas pode vir a se tornar o epicentro mundial do coronavírus. “É uma questão de tempo”, afirmou.
Ferrante considera que os alertas científicos, a exemplo do que foi feito previamente à segunda onda, já estão sendo negligenciados no estado.
Por exemplo, disse que pesquisadores, infectologistas e outros que lidam com estudos do coronavírus não foram convidados para audiência pública que seria realizada na Assembleia Legislativa (ALE-AM) nesta terça (16).
Veja afirmação do pesquisador .
Foto: Reprodução/TV