Por Rosiene Carvalho , da Redação
O evento de lançamento do PSD Mulher, em que o senador Omar Aziz (PSD) confirmou que quer disputar o governo do Estado do Amazonas em 2018, foi realizado sem a presença do prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB).
O partido também não enviou nenhum representante para o ato, no qual as principais estrelas foram Omar Aziz e sua mulher, a pré-candidata a deputada estadual Nejmi Aziz (PSD).
Ao evento, que ocorreu num clube da zona Leste, compareceram o deputado federal e pré-candidato ao Senado Alfredo Nascimento (PR), o pré-candidato a deputado federal Marcelo Ramos, pré-candidatas das duas siglas e mulheres de deputados estaduais.
Ao contrário do PSD, o PR e Alfredo têm sido muito incensados nas declarações do prefeito.
Os deputados do PSD também não estavam presentes no evento. O evento do PSD Mulher foi rápido, com discursos brandos e sem maiores recados políticos a adversário.
Em sua chegada ao clube, quando confirmou, na entrevista aos jornalistas, que quer disputar o Governo do Amazonas, Omar esclareceu que não era aquele o objetivo do evento. “Aqui não é um evento político˜, disse.
Tucanos
O apoio tucano é importante para a coligação de Omar em função do tempo de TV e porque a Prefeitura de Manaus representa poderosa máquina na disputa eleitoral nas eleições do Amazonas.
Esta semana, matéria do Estado de São Paulo considerou “certa” a aliança nacional entre as duas siglas em apoio ao presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB).
No Amazonas, o prefeito Arthur Neto e o senador Omar Aziz ora demonstram alinhamento, ora o tucano dá sinais de dúvidas.
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Rachas
Em 2016, quando disputou a reeleição à Prefeitura de Manaus, Arthur começou a corrida eleitoral alinhado com o então governador José Melo e ao senador Omar Aziz. Mas, no meio do processo político de construção de alianças, rompeu com o senador, passou para o ataque e se aliou a Eduardo Braga (MDB), que lutava na Justiça para tirar Melo da cadeira de governador.
Os movimentos de Arthur, naquele pleito, deixaram todos os aliados atônitos. O prefeito alegou que suspeitava que Omar organizava em paralelo outras quatro pré-candidaturas que o enfraqueciam.
Omar se considerou traído porque havia acabado de agir como principal articulador da liberação de recursos do Governo Federal para Manaus, num momento em que Arthur acusava Braga de atrapalhar as tentativas da prefeitura de liberação de convênios na Esplanada dos Ministérios.
Na ocasião, o próprio Omar revelou detalhes do dia da briga em que mensagens via WhatsApp foram enviadas, na madrugada em alto grau de animosidade. Arthur chamou Omar de “seu bosta”, disse ter “chegado ao seu limite” e o desafiou com a frase: “seja homem e me enfrente”.
Rejuntes
No ano seguinte, durante a construção das alianças para a eleição fora de época ao governo do Amazonas, quem ficou a ver navios foi Braga. Arthur rompeu com o emedebista e se aliou a Omar.
Os dois tiraram Amazonino Mendes (PDT) da aposentadoria política para lançá-lo como candidato do grupo ao Governo do Amazonas. Juntos, numa eleição com alto índice de abstenção, derrotaram a intenção de Braga voltar a comandar o Amazonas.
A ideia inicial, cobrada várias vezes por Arthur em entrevistas, era que Amazonino arrumasse a casa e que o grupo lançasse novo candidato ao governo.
Meses após tomar posse, Amazonino deu sinais de distanciamento dos dois cabos eleitorais e proximidade de Eduardo Braga.
Foto: BNC AMAZONAS