As bombas que explodiram na noite deste dia 13 de novembro na praça dos Três Poderes, perto dos prédios da Câmara e do Supremo Tribunal Federal (STF ), não apenas não atingiram fisicamente os alvos como ainda resvalaram e atingiram em cheio o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Do episódio, um ultradireitista terrorista sai ferido de morte.
Por tabela, os artefatos também explodiram de vez qualquer chance sonhada por Bolsonaro de se candidatar em 2026.
Inelegível em duas condenações, que só o Supremo Tribunal Federal pode reverter, a hipótese de disputar eleição antes de oito anos já era considerada remotíssima.
Outra esperança de sobrevida de Bolsonaro e seus seguidores radicais e terroristas se apoiava, até agora, no avanço do bolsonarismo no Congresso. Havia uma ânsia de criação de um ambiente político pró-Bolsonaro, talvez com uma anistia para ele e outros golpistas.
Agora, no entanto, anistiar o ex-presidente e os condenados do 8 de Janeiro é matéria que já constrange até parlamentares bolsonaristas.
Por exemplo, a Folha de S.Paulo, apoiadora de Bolsonaro, publicou que as explosões enterraram a anistia.
“Agora vão enterrar a anistia. Pqp”, escreveu em grupo de WhatsApp, segundo a Folha, o deputado Gustavo Gayer (PL-GO).
É evidente que, dessa forma, a oposição caia na real sobre dois aspectos.
Primeiro: as mensagens dos seguidores de Bolsonaro não são bravatas. São ameaças reais.
Segundo: Bolsonaro e eles, parlamentares bolsonaristas, são a origem do ódio que consome a mente de seus seguidores.
O que aconteceu neste dia 13 em Brasília responde a essa consciência distorcida da civilidade.
Bolsonaro e seus aliados sistematizaram, nos últimos anos, ataques contra a democracia.
Eles também estão com as mãos empoadas de pólvora. E manchadas de sangue.
Ilustração: Gilmal