Neuton Corrêa , da Redação
Após sucessivas frustrações na tentativa de chegar à chefia do Executivo, quer seja à Prefeitura de Manaus ou ao Governo do Estado, a família Garcia, da ex-deputada federal Rebecca Garcia e do ex-deputado federal e ex-vice-governador Francisco Garcia, emite sinais a aliados de que pode passar adiante o PP (Progressistas), que historicamente comanda no estado.
Entre pessoas mais próximas da família circula informação que o patriarca, Francisco, atual presidente, perdeu o apetite pela atividade partidária e que, aos poucos, vai se afastar do comando da legenda.
Ele teria dito a dirigentes da agremiação que se contentará com uma presidência de honra.
Rebecca Garcia, filha e nome mais próximo dele, não deve ser a sucessora.
Há especulações de que o deputado federal Átila Lins (na foto, entre Rebecca e Francisco), que se filiou no ano passado, poderá ser o novo presidente do partido. O parlamentar nega.
Hoje à tarde, dia 12, o partido terá uma reunião em seu diretório, no Parque 10, em Manaus.
Os quatro parlamentares que elegeu no ano passado à Assembleia Legislativa do Estado (ALE-AM), Mayara Pinheiro, Dermilson Chagas, Belarmino Lins e Álvaro Campelo, foram convidados.
Entre eles, chegou a informação de que Garcia poderia anunciar profundas mudanças no Progressistas, mas depois souberam que o presidente chamou-os para alinhar o discurso e marcar posição da legenda neste começo de ano. É que elegeu a maior bancada da casa, mas conseguiu apenas um cargo na mesa diretora.
O candidato à presidência do partido, Belarmino Lins, naufragou na fase das articulações ainda no ano passado.
Derrotas
No caminho ao Executivo, o partido sofreu vários revezes, a começar pelo atropelo do senador Eduardo Braga (MDB), que tirou Rebecca da disputa pela Prefeitura de Manaus em 2012, na véspera do prazo final das convenções.
O fracasso seguinte viria em 2014, quando Rebecca se candidatou a vice na chapa de Braga, derrotada por José Melo (Pros).
Em 2017, na eleição suplementar para concluir o mandato cassado de Melo, Rebecca se candidatou a governadora e foi derrotada, com o apoio do então governador interino David Almeida (PSB).
No ano passado, mesmo com números favoráveis a uma conquista de vaga no Senado e despontando nas pesquisas com favoritismo ao governo, o Progressistas preferiu lançar Rebecca a vice do governador Amazonino Mendes (PDT). Nova derrota.
Desabafo
No ano passado, após as eleições, Rebecca fez um desabafo na família no qual demonstrou desejo de desistir da política para tocar os negócios de sua família, que possui uma fábrica no polo industrial da Zona Franca de Manaus (ZFM).
Foto: BNC Amazonas /arquivo