Futuro prefeito de Manaus vai manter restrições contra coronavírus
A intenção é frear o aumento no número de casos de covid-19 na capital do Amazonas registrado nos últimos dias

Diamantino Junior
Publicado em: 30/12/2020 às 11:40 | Atualizado em: 30/12/2020 às 11:41
O prefeito eleito de Manaus, David Almeida, disse nesta terça-feira (29) que vai reeditar decretos municipais que impedem a circulação de pessoas a partir do ano que vem, quando tomar posse.
A intenção é frear o aumento no número de casos de covid-19 na capital do Amazonas registrado nos últimos dias.
“Nós vamos reeditar alguns decretos que já existem para diminuição de circulação. A gente precisa de pelo menos uns 15 dias com a população um pouco mais em casa, mantendo o distanciamento social, para diminuir o impacto que a covid-19 causou no sistema público de saúde” afirmou ao G1.
“Por exemplo, a Ponta Negra continuará fechada, alguns parques continuarão fechados, algo nesse sentido para evitar que as pessoas saiam de casa e possam fazer aglomeração”.
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A Praia da Ponta Negra foi fechada em setembro após um decreto da Prefeitura de Manaus, publicado no Diário Oficial do Município, que estabelecia a interdição até o dia 31 de dezembro. A primeira interdição havia ocorrido em março, logo após o início da pandemia no estado.
Hospital de campanha
David Almeida voltou a afirmar que negocia com o Governo do Amazonas e duas empresas privadas, a Transire e a VV refeições, para remontar um hospital de campanha no Complexo Hospitalar Nilton Lins em Manaus. Ele afirmou que pretende ter a estrutura pronta no dia 4 de janeiro.
“A Nilton Lins tem uma estrutura toda já montada, rede de gás, os tomógrafos, centro cirúrgico, tudo isso”, explicou. “Eu não posso abrir antes de entrar na prefeitura, mas muito provavelmente eu vou estipular uma meta que é dia 4 para abrirmos vagas de UTI e leitos clínicos na Nilton Lins”.
Um hospital específico para o combate à Covid-19 já havia sido montado no Hospital Nilton Lins em abril de 2020 e foi desativado em julho, após quase três meses de funcionamento.
Na época, o Ministério Público do Amazonas instaurou um inquérito civil para apurar supostas irregularidades e sobrepreço na locação da instituição, que teve o aluguel contratado pelo governo do estado no valor de R$ 2,6 milhões.
A Justiça inicialmente havia impugnado o contrato, mas uma segunda decisão manteve a continuidade da implantação da unidade.
Nesta segunda-feira (28), o Amazonas registrou mais de 196 mil casos da doença e mais de 5 mil mortes.
Mesmo com o aumento das vítimas, o governador Wilson Lima publicou um decreto que autoriza a reabertura do comércio não essencial, após uma série de protestos contra o fechamento de lojas durante o fim de semana.
Questionado sobre a decisão do governador do estado de voltar atrás em relação às atividades comerciais, David Almeida disse entender que nesta época do ano a arrecadação dos comerciantes é maior, mas a população precisa cooperar para combater a doença.
“É preciso que se tenha a consciência de que se o povo não sair da rua, evitar as aglomerações, vamos continuar abrindo hospitais, abrindo vagas nas UTIs, não vamos diminuir os índices de contaminação. É preciso que cada agente público e também a população faça a sua parte.
Saúde é prioridade
Em relação aos seus primeiros 100 dias no governo, David Almeida disse que vai ter a saúde como um dos focos principais. Ele afirmou que quer fazer testes de covid-19 na população.
“Quero ver se eu consigo ao menos uns 100 mil testes para testar a população o mais rápido possível, inclusive nós já estamos nos preparando para fazer a distribuição e a imunização com relação à vacina. Estamos enumerando os pontos onde nós faremos a distribuição, na verdade a vacinação e a imunização da população”, afirmou.
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Foto: Reprodução