O economista Gabriel Galípolo foi nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como o novo presidente do Banco Central (BC), em substituição a Roberto Campos Neto. A decisão foi oficializada nesta segunda-feira (30/12) e anunciada inicialmente pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sendo posteriormente confirmada pelo Palácio do Planalto. Galípolo assumirá um mandato fixo de quatro anos, com duração até o fim de 2028, conforme determina a autonomia do BC, que impede a destituição de seu presidente pelo governo durante o mandato.
Contexto da transição
A indicação de Gabriel Galípolo ocorre após críticas frequentes do presidente Lula à gestão de Campos Neto, especialmente relacionadas à condução da taxa básica de juros, a Selic.
Apesar disso, nas reuniões mais recentes do Comitê de Política Monetária (Copom), tanto os diretores indicados por Lula quanto os da gestão anterior concordaram em aumentar a taxa de juros para combater a inflação. O próprio Campos Neto destacou que Galípolo teve influência nas decisões recentes que resultaram em altas nos juros.
Novo comando no BC
Galípolo, que atualmente ocupa o cargo de diretor de Política Monetária do Banco Central, desempenhou papéis relevantes na campanha presidencial de Lula, na equipe de transição de governo e no Ministério da Fazenda, onde atuou como secretário-executivo, a principal posição abaixo do ministro. Em julho deste ano, ele assumiu interinamente a presidência do BC durante as férias de Campos Neto.
Outras mudanças na diretoria
Além de Galípolo, o presidente Lula também nomeou outros três diretores para o Banco Central:
Izabela Correa, para a diretoria de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta;
Gilneu Vivan, para a diretoria de Regulação;
Nilton David, para a diretoria de Política Monetária.
Gabriel Galípolo
Gabriel Galípolo é mestre em Economia Política pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), onde também leciona. Ele é professor do MBA de Parcerias Público-Privadas (PPPs) e Concessões da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, em parceria com a London School of Economics.
Sua trajetória inclui experiências significativas em gestão pública e economia.
Em 2007, foi chefe da Assessoria Econômica da Secretaria de Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo.
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No ano seguinte, ocupou o cargo de diretor da Unidade de Estruturação de Projetos da Secretaria de Economia e Planejamento do estado.
Com sua nomeação, Gabriel Galípolo assume o desafio de liderar uma das mais importantes instituições econômicas do país, enfrentando o equilíbrio delicado entre o controle da inflação e o estímulo ao crescimento econômico.
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Foto: Jose Cruz/Agência Brasil