por Neuton Corrêa , da redação
O governador Wilson Lima (PSC) e o prefeito de Manaus, Arthur Neto (PSDB), cobraram hoje do governo federal garantias de que a Zona Franca de Manaus (ZFM) irá manter a política fiscal que sustenta o desenvolvimento regional nesta parte da Amazônia.
Foi durante a reunião do Conselho de Administração da Suframa (CAS), que contou com a presença do secretário de Competitividade, Carlos da Costa, como representante do ministro da Economia, Paulo Guedes.
Referindo-se às propostas de reforma tributária que tramitam na Câmara e no Senado, que mexem em tributos oferecidos pela ZFM para atrair investidores, o governador declarou.
“Nos preocupa muito o que tem acontecido nessa matéria. A gente não sabe exatamente as propostas que serão levadas para o plenário”.
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Sem citar nomes, Wilson mostrou preocupação com “declarações de importantes agentes de decisão”.
“Nos preocupa muito algumas declarações que saem de agentes importantes nesse processo de decisão e de outros segmentos da sociedade, que possam pôr em dúvida o modelo ZFM. Já está mais do que provado a sua importância não só como modelo regional, mas também de desenvolvimento econômico do país”, sustentou.
No começo do mês, em Fortaleza, o ministro da Economia, Paulo Guedes, classificou a ZFM como ruim e que custa caro ao Brasil .
Preconceito
Na mesma linha do governador, o prefeito disse que nota “um certo preconceito com o modelo”, que sente insegurança quanto ao futuro da Zona Franca de Manaus e cobrou uma posição clara do governo.
“Sentindo insegurança, a gente vai até onde alcançarem os esforços que são desmedidos do coronel Menezes (superintendente da Suframa), mas não ultrapassaremos esse limite se não houver uma declaração muito clara de que qualquer jeito, de qualquer maneira, de que não só serão garantidos na reforma tributária os direitos e os incentivos da Zona Franca de Manaus, mas, mais: que reformas necessárias serão essas reformas feitas efetivamente como compromisso claro”.
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Além disso, o prefeito cobrou investimentos do governo em infraestrutura para que possam assegurar o que já existe e o que pode avançar. Ele citou investimentos em infraestrutura de telefonia, internet, portuária e fim do isolamento da região para que possa se interligar com o restante do Brasil e com o Pacífico, por intermédio do Acre.
Bola de cristal
Após a pressão, Carlos da Costa, que presidiu o CAS, respondeu que não há intenção em acabar com a ZFM, mas, sim, de ampliá-la.
“Não queremos substituir o que existe hoje, e sim ampliarmos o modelo naquilo que faça sentido para a região, naquilo em que possamos ser o melhor do mundo”.
Sobre a reforma tributária, ele também não soube que acontecerá a respeito dos incentivos fiscais da ZFM.
“Agora qual será o novo modelo a partir da reforma tributária, exatamente? Isso é bola de cristal”.
Foto: Alex Fideles/BNC