Governador do CE defende união de Lula e Ciro para “salvar o Brasil”

O governador Camilo Santana disse que poderia estar sonhando, mas continua acreditando que é possível construir caminhos para 2022

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Aguinaldo Rodrigues

Publicado em: 15/06/2021 às 19:25 | Atualizado em: 15/06/2021 às 19:25

Para o governador petista do Ceará, Camilo Santana (foto), uma aliança entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) nas eleições presidenciais de 2022 é necessária para “tirar o Brasil de um caminho obscuro”.

“O que tenho procurado defender e construir é que possamos estar juntos [em 2022]. Eu provoquei um encontro de Ciro e Lula em setembro do ano passado. Fazia anos que eles não se encontravam. Acredito que eles têm muito mais convergências do que divergências”, disse o governador ao participar, hoje (15), do UOL Entrevista, conduzido pela apresentadora Fabíola Cidral e pelos colunistas Tales Faria e Josias de Souza. 

Nomes fortes da esquerda, tanto Lula como Ciro são considerados potenciais candidatos na disputa pelo Planalto em 2022.

Os dois romperam publicamente em 2018 e retomaram as relações no fim de 2020.

Recentemente, no entanto, o pedetista tem direcionado uma série de ataques a Lula —em entrevista ao jornal Valor Econômico, em maio deste ano, chamou o petista de “maior corruptor da história moderna brasileira”.

Lula, por sua vez, respondeu dizendo que adoraria dizer que Ciro é um amigo, “mas, infelizmente, ele não quer”, disse o ex-presidente em seu Twitter.

Questionado sobre a declaração de Ciro, Santana afirmou que “nada é irreversível”. “Precisamos acalmar os ânimos”, disse.

“Muitas vezes não concordo com Ciro. Ele sabe do meu posicionamento. Ciro é um dos mais inteligentes do país. Lula foi um dos melhores presidentes que país já teve. Eu vou continuar na crença e no diálogo para construir caminhos, para tirar Brasil desse caminho obscuro que enxergamos. Eu posso até ser pessoa que está sonhando, mas continuo acreditando que é possível construir caminhos para 2022”, disse Santana.

Erros e autocrítica do PT

O governador cearense afirmou ainda acreditar que, ao longo dos governos do PT, houve muitos acertos, mas também uma série de erros que precisam ser reconhecidos.

“Sempre defendi que o PT devia fazer autocrítica, se reinventar, redescobrir origens, buscar apostar em um projeto que seja de estado, e não político de quatro anos”, declarou.

Para ele, ao mesmo tempo em que, nos governos petistas, o Brasil teve seu período de maior crescimento, “com reconhecimento internacional, geração de empregos, tirando gente da miséria”, houve erros na política econômica.

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Foto: José Cruz/Agência Brasil