Governo Lula estuda trocar dĂvidas de empreiteiras por obras
A ideia encontra precedentes em pactos de MinistĂ©rios PĂºblicos estaduais, mas sua legalidade e efetividade no caso das empreiteiras dividem a opiniĂ£o de especialistas

Publicado em: 15/01/2023 Ă s 20:05 | Atualizado em: 15/01/2023 Ă s 20:31
Encampada pelo governo Lula da Silva (PT), a ideia de permitir que empreiteiras da OperaĂ§Ă£o Lava Jato paguem multas de seus acordos de leniĂªncia com a execuĂ§Ă£o de obras pĂºblicas tem como principal articulador o presidente do Tribunal de Contas da UniĂ£o (TCU), Bruno Dantas.
Em um passado recente, o ministro fez uma cruzada para impor sanções mais duras do que as previstas nos acordos e foi tido pelas empresas como algoz.
De acordo com o EstadĂ£o, a ideia encontra precedentes em pactos de MinistĂ©rios PĂºblicos estaduais, mas sua legalidade e efetividade no caso das empreiteiras dividem a opiniĂ£o de especialistas.
O ministro tem trĂ¢nsito polĂtico com petistas. Em dezembro de 2021, esteve no jantar em SĂ£o Paulo no qual Lula apareceu pela primeira vez ao lado do ex-governador Geraldo Alckmin, hoje vice-presidente.
ApĂ³s as eleições, procurou interlocutores do governo, como o ministro da Casa Civil, Rui Costa, para tratar do tema das leniĂªncias.
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A Casa Civil de Lula confirmou que o ministro foi um dos que sugeriram e incentivaram a ideia.
A questĂ£o principal Ă© sobre como as obras poderiam cobrir dĂ©bitos bilionĂ¡rios.
Dessa forma, os acordos preveem ressarcimento aos cofres principalmente de estatais, alĂ©m de destinações ao MinistĂ©rio PĂºblico Federal e Ă prĂ³pria CGU – conforme clĂ¡usulas destes termos homologados pela Justiça.
No segundo dia de governo, Costa disse, em entrevista Ă GloboNews, que a proposta Ă© uma forma de acelerar obras “sem depender do Orçamento direto da UniĂ£o”.
“SĂ£o recursos que nĂ£o estĂ£o lançados no Orçamento e poderiam vir para essas obras rapidamente por serem executadas pelas prĂ³prias empresas devedoras, fruto dos acordos de leniĂªncia”, afirmou o ministro da Casa Civil.
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Foto: Marcelo Camargo/AgĂªncia Brasil