Governo repudia críticas de autoridade dos EUA ao judiciário brasileiro

Itamaraty e Gleisi Hoffmann classificam declarações como afronta à soberania

Da Redação do BNC Amazonas

Publicado em: 10/08/2025 às 16:18 | Atualizado em: 10/08/2025 às 16:18

Neste sábado (9 de agosto), o governo brasileiro repudiou declarações do vice-secretário de Estado dos EUA, Christopher Landau, que acusou um ministro do STF de concentrar poderes e ameaçar líderes dos outros Poderes.

O Itamaraty afirmou que as declarações configuram um “novo ataque frontal” à democracia brasileira, ressaltando que o país “recentemente derrotou uma tentativa de golpe” e não se submeterá a pressões externas.

Gleisi Hoffmann chamou a postura de Landau de “arrogante” e disse que “quem tentou usurpar o poder foi Jair Bolsonaro”.

“Nenhum poder constitucional brasileiro encontra-se impotente. Ao contrário: Executivo, Legislativo e Judiciário rechaçaram o golpe de 8 de janeiro, a chantagem de Trump, o motim bolsonarista pela anistia e as sanções violentas contra o ministro Alexandre de Moraes e outros ministros do STF”.

O Itamaraty reiterou que seguirá rechaçando qualquer ingerência estrangeira em assuntos internos do país.

Ataque norte-americano aos ministros

Sem citar Alexandre de Moraes, Landau afirmou, no sábado (9), que um magistrado teria destruído a relação histórica Brasil-EUA.

“Sempre é possível negociar com líderes do Executivo e Legislativo, mas não com um juiz”, afirmou.

A postagem, feita em inglês, foi traduzida e divulgada pela Embaixada dos EUA em Brasília.

Essa foi a segunda manifestação hostil dos EUA em três dias. Na sexta-feira (8), o Itamaraty convocou o encarregado de negócios Gabriel Escobar para protestar contra ameaças ao Judiciário.

No dia anterior, a Embaixada havia traduzido declarações de Darren Beattie, que acusava Moraes de censura e perseguição contra Bolsonaro.

Hoffmann afirmou que o Brasil cumpre a Constituição e que os três Poderes estão unidos contra o golpismo e “chantagens” vindas do exterior.

Ela defendeu que os EUA respeitem a soberania e deixem de apoiar Bolsonaro.

Com informações da Agência Brasil.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil