Os sindicatos querem mesmo o fim da greve?

Publicado em: 14/05/2019 às 08:53 | Atualizado em: 14/05/2019 às 14:11
Comandando a greve dos professores há um mês, os sindicatos que lideram o movimento têm demonstrado falta de vontade de encerrar as paralisações que prejudicam os estudantes.
Há cinco dias, por exemplo, eles receberam a contraproposta do governo sobre as suas reivindicações, mas até hoje não chamaram assembleia geral para discuti-la com a base.
Ao contrário disso, tentam protelar a greve sem dar ciência aos professores de pleitos já atendidos.
“Tudo o que podia ser feito, foi feito. Se fosse uma questão de lógica, de conhecimento financeiro, teriam voltado”, disse uma fonte do governo.
Com o tempo passando e alunos atrasando o ano letivo, o governador Wilson Lima (PSC) decidiu encaminhar a contra-proposta para avaliação dos deputados na Assembleia Legislativa do Estado (ALE-AM).
O projeto assegura a incorporação das perdas residuais e o pagamento da data-base 2019 em percentual de 4,74%. Inclui promoções horizontal e vertical que contemplam 17, 7 mil profissionais; o aumento do auxílio-localidade de 100% para os servidores da educação das sedes do interior e 233% para os que atuam nas zonas rurais, além da adoção de vale-refeição para professor de 40 horas.
Em pronunciamento ontem, o governador Wilson Lima afirmou que um movimento político-partidário está por trás dos líderes da greve dos professores da rede estadual.
“Interessa ao aluno, ao professor e ao governo do estado? […] Não. Só interessa ao movimento político-partidário que está por trás desses líderes. No momento que você puxa o histórico desses grupos, a ficha desses grupos é fácil saber quem está por trás”, disse.
E os cirurgiões?
A paralisação dos médicos cirurgiões que começou na noite desta segunda-feira, dia 13, não deve durar muito tempo. Isso porque o movimento se sustenta com argumentos frágeis.
A alegada falta de cumprimento do acordo em relação aos pagamentos do governo camufla, na realidade, a perda de receita dos profissionais ligados ao Instituto de Cirurgia do Estado do Amazonas (Icea), depois que o Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano assumiu a gestão do hospital Delphina Aziz.
O governo garante que os pagamentos dos cirurgiões estão em dia. E a competência de março será pago normalmente em maio, seguindo o processo burocrático.
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