Uma hora depois do prefeito de Manaus, Arthur Neto (PSDB), ter postado apelo para que os rodoviários “retrocedam” da greve que parou toda a frota do transporte público da capital, chamando-a de “aventura infeliz”, o sindicato da categoria mantém o movimento.
Passageiros continuam amontoados nas paradas de ônibus, sendo obrigados a embarcar em transportes clandestinos que se proliferam no dia de hoje.
No texto, Arthur insinuou que os empresários estejam participando do movimento, pressionando por aumento do preço da passagem:
“Não sei até que ponto os empresários avaliam como positiva esta greve geral, pois talvez possam imaginar que com isso consigam aumento da passagem. Percam a esperança. As coisas não funcionam assim”.
Veja o texto da postagem do prefeito:
Peço ao Sindicato dos Rodoviários e aos trabalhadores do sistema, grandes amigos meus e por quem tenho profundo respeito, que retrocedam desta aventura que não é feliz e que não é correta. Não é hora de greve. A população não deve sofrer. Paralisar 100% da frota de ônibus é uma insensatez. Não sei até que ponto os empresários avaliam como positiva esta greve geral, pois talvez possam imaginar que com isso consigam aumento da passagem. Percam a esperança. As coisas não funcionam assim. O dever do empresário é arrecadar e não perder dinheiro deixando de circular.
A Justiça determinou que o transporte coletivo não deixasse a população na mão na manhã desta terça-feira. Surpreendentemente, o sindicato desobedece uma ordem judicial. Existe, agora, uma clara ilegalidade que custará multas e ainda mais desprestígio aos sindicalistas perante à toda sociedade manauara.
Eu sempre defendi um salário justo para o trabalhador rodoviário e sempre vou fazer isso. Mas não é pela via de uma greve geral descabida que se vai chegar ao resultado esperado. Fazer Manaus parar para se obter vantagem a uma categoria nunca será a decisão mais acertada. Não posso tolerar a balburdia na cidade. O povo não aceita este tipo de atitude.
Faço, mais uma vez, um apelo: gostaria de ver o sistema funcionando na plenitude enquanto as negociações de dissídio são discutidas nas instâncias cabíveis. Não e justo que uma minoria se sobreponha sobre a maioria, que é a população de Manaus. Insensatez não leva qualquer movimento a lugar algum. O direito de ir e vir é constitucional.
Foto: BNC