Averso à ZFM, Guedes promete zerar IPI se Bolsonaro for reeleito

O ministro é tratado como inimigo da Zona Franca de Manaus (ZFM) ao não excepcionalizar os produtos fabricados no Amazonas

Bolsonaro e Paulo Guedes, em evento do Ministério da Economia

Iram Alfaia, do BNC Amazonas em Brasília

Publicado em: 02/07/2022 às 19:44 | Atualizado em: 03/07/2022 às 10:43

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que em eventual reeleição de Jair Bolsonaro (PL) o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) será zerado.

O presidente já afirmou que, se voltar para um segundo mandato, deixará Guedes no cargo.

O ministro é tratado como inimigo da Zona Franca de Manaus (ZFM) ao não excepcionalizar os produtos fabricados no Amazonas no decreto presidencial que reduziu a alíquota do IPI em todo o país.

Ele havia prometido que a desoneração não atingiria a ZFM, mas não cumpriu a promessa.

O decreto presidencial reduziu a alíquota do IPI sem excepcionalizar os produtos que são fabricados no Amazonas, onde as indústrias são isentas.

Com isso, a bancada parlamentar ingressou com ação direta de inconstitucionalidade (ADI) no Supremo Tribunal Federal (STF).

Leia mais

Bolsonaro ameaça: Guedes continua na Economia se for reeleito

O ministro Alexandre de Moraes concedeu liminar suspendendo os efeitos do decreto apenas no tocante à redução das alíquotas que alcançam os produtos também produzidos na ZFM e que possuem processo produtivo básico (PPB).

“Estamos comprometidos a acabar com os impostos que acabam com a capacidade produtiva do país. Nossa ideia é acabar com o IPI. Ele desindustrializou o Brasil. Baixamos de 35%. Se continuarmos, vamos baixar a zero”, disse o ministro;

Ele deu a declaração na última terça-feira (28), durante a abertura do evento Painel Telebrasil, promovido pela Conéxis, a associação das empresas de telecomunicações.

Judicialização

O consultor da federação e do centro das Indústrias do Amazonas (Fieam/Cieam), Saleh Hamdeh, disse que se o IPI for zerado de forma linear o “prejuízo será grande” para as indústrias locais e o caminho será a judicialização.

“Se ele manter as alíquotas para os produtos fabricados na ZFM, conforme o que determina a medida cautelar do STF, os impactos são bem mais reduzidos”, disse o consultor ao BNC Amazonas.

Foto: Edu Andrade/Ascom/ME