Paulo Guedes passa rolo e faz PPB de celular que prejudica ZFM

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Neuton Correa

Publicado em: 11/04/2019 às 06:19 | Atualizado em: 11/04/2019 às 07:31

Por Neuton Corrêa, da Redação

 

Em meio às negociações que o governo faz com a bancada federal do Amazonas (três senadores e oito deputados federais), na tentativa de amealhar votos para a reforma da previdência, o ministro da Economia, Paulo Guedes, aplica um duro golpe no setor de componentes do polo industrial da Zona Franca de Manaus (ZFM).

O golpe está na Consulta Pública Nº 4, publicada ontem, dia 9, pelo Ministério da Economia, por meio da Secretaria de Desenvolvimento da Indústria, Comércio, Serviços e Inovação.

O documento torna pública a proposta de alteração do PPB (processo produtivo básico) de terminal portátil de telefonia celular com argumento de ajustar a indústria nacional às recomendações da Organização Mundial do Comércio (OMC) quanto à Lei de Informática (Lei nº 8.248, de 23 de outubro de 1991).

O problema é que o novo processo produtivo alcança PPB que estão fora da ZFM, que não sofreu restrição da OMC e ficaria com o mesmo PPB, que exige insumos nacionais, mais caros.

Sem tratamento igual, a indústria da Zona Franca de Manaus perde competitividade e poderá deixar a porteira aberta para as empresas locais busquem ambientes mais favoráveis às suas plantas industriais em outras regiões.

Fonte do BNC Amazonas em Brasília informa que há pressão dos componentistas para que Paulo Guedes não mexa no PPB da ZFM.

Mas, o problema é mais grave que isso, porque, se a produção dos componentes sair do Amazonas atraída pelo novo PPB proposto pelo governo, as fábricas de bens finais de computador e celular, por exemplo, poderão seguir o mesmo rumo.

Um das propostas para frear a ameaça sobre os componentistas pede que o governo não publique nenhum PPB para outros estados sem que ele esteja ajustado ao da ZFM. O setor quer isonomia.

 

Suframa não foi ouvida

Técnicos da Suframa ouvidos pelo site disseram que a superintendência enviou nota técnica sobre o assunto ao ministério. Mas, não teria sido ouvida em Brasília.

 

Foto: Divulgação