Guerra de dados no governo Bolsonaro: CMA contesta Inpe

Pregão de R$ 18 milhões do CMA tem chantilly, pimenta e chiclete

Publicado em: 01/10/2019 às 21:57 | Atualizado em: 01/10/2019 às 21:57

O Comandando Militar da Amazônia (CMA), unidade do Exército com sede em Manaus, emitiu nota na noite desta terça-feira, dia 1º, contestando dados publicados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Neste dia 30 de setembro, o órgão federal publicou informação dando conta de que o Amazonas foi o único estado da Amazônia Legal a registrar focos de queimadas acima da média.

A nota do CMA, porém, rechaça o instituto dizendo que as médias de incêndio nos meses de agosto são semelhantes e que, se forem comparados os meses de setembro e agosto de 2019, houve recuo de 45%, e de 38%, quando o parâmetro é setembro de 2018:

“As médias históricas de focos de incêndio no estado do Amazonas são muito semelhantes nos meses de agosto e setembro, ou seja, os números de focos registrados em agosto sempre se aproximam dos números registrados em setembro”.

E contesta, lembrando que, em setembro, o Exército já estava executando a “Operação Verde Brasil”, criada pelo governo Bolsonaro para conter o incêndio na floresta amazônica:

“No entanto, apesar de o INPE ter registrado 6669 focos no mês de agosto de 2019, o mês de setembro, período em que a Operação Verde Brasil já estava sendo desencadeada, registrou somente 3026 focos, havendo uma redução de 45% em relação ao mês anterior e de 38% em relação ao mês de setembro de 2018, demonstrando assim a efetividade da atuação interagências”, diz o Exército.

Para mostrar que houve redução, o CMA publicou um link do Inpe com a estatística das queimadas, série histórica desde 1998.

Essa tabela mostra, no entanto, que, apesar da redução observada pelo Exército, o número de focos de queimadas ficou, de fato, acima da média histórica para setembro: 3026 contra 2682.

Leia a nota do Exército

 

 

Foto: Divulgação/CMA