Indústria de bebidas vai revisar planejamento e estratégia de negócios na ZFM

Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e de Bebidas Não Alcoólicas diz que decreto do governo sinaliza falta de previsibilidade e insegurança jurídica para o setor

Abir reage à proposta do governo de cortar subsídios do setor de bebidas

Antônio Paulo, do BNC Amazonas em Brasília

Publicado em: 29/04/2022 às 13:46 | Atualizado em: 29/04/2022 às 13:46

A Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e de Bebidas Não Alcoólicas (Abir) reagiu à edição do Decreto 11.052/2022, do presidente Bolsonaro, que zerou a alíquota do IPI dos concentrados.

Para a entidade, no momento em que o Brasil precisa resgatar credibilidade e atrair investidores, o que o governo Bolsonaro sinaliza – com o decreto – é a falta de previsibilidade e insegurança jurídica.

No entanto, a associação não afirma que as multinacionais, como Ambev e Coca-Cola, que estão no polo industrial de Manaus, vão deixar o Amazonas, como se tem propagado.

“Zerando a alíquota do IPI, com certeza, as indústrias da Zona Franca de Manaus vão revisar seus planejamentos e estratégias de negócio, mas a saída não está nos planos por hora”, disse um empresário do setor de bebidas.

A Abir, que representa 71 empresas do setor de bebidas não alcoólicas, com fábricas de Norte a Sul do país, diz que foi surpreendida com decreto que zera a alíquota de IPI para as empresas de concentrados na Zona Franca de Manaus.

De acordo com a entidade, essa é décima alteração ao longo dos últimos anos.

“Não temos nos furtado ao diálogo na busca de soluções e de preservação de um modelo de desenvolvimento regional reconhecido internacionalmente e que não pode ser visto como mero benefício fiscal”, diz a nota da associação.

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Geração de 2 milhões de empregos

A indústria de concentrados é a única que, por determinação legal, precisa elaborar os produtos com matéria-prima produzida na região. Ela é responsável por gerar 7,4 mil empregos diretos e indiretos e contribuir com uma infinidade de projetos sociais, culturais e ambientais.

No país, o setor gera 2 milhões de empregos em toda a cadeia e recolhe anualmente R$ 13 bilhões em impostos federais, estaduais e municipais

“O ataque infundado à ZFM e, em especial e discriminatório à indústria de não alcoólicos, prejudica não só o Estado do Amazonas, mas sim todo o país. Perde a Amazônia, perde o Brasil. A Abir e o setor de bebidas não alcoólicas, pautados pela ética e transparência, seguem abertos e acreditando no diálogo como forma de buscar soluções”, diz a nota pública da Abir.

Foto: Divulgação/A Voz da Indústria