José Dirceu reaparece no meio do povo para prestigiar a posse de Lula
O ex-ministro dos dois governos petistas está fora da linha de frente do terceiro mandato de Lula porque é condenado da Justiça pela Lava-Jato

Antônio Paulo, do BNC Amazonas em Brasília
Publicado em: 02/01/2023 às 07:48 | Atualizado em: 02/01/2023 às 07:48
O ex-todo-poderoso José Dirceu, ex-ministro dos dois primeiros governos de Lula, esteve na posse companheiro de partido e de tantas lutas, ocorrida neste domingo, 1º de janeiro de 2023.
Mas, dessa vez, José Dirceu não estava na primeira fila dos ministros, na linha de frente do governo como ocorreu nos mandatos anteriores.
Condenado a 27 anos e um mês, pela Justiça Federal e referendada pelo Superior Tribunal de Justiça, por crimes cometidos na Lava-Jato, Dirceu foi à Esplanada dos Ministérios como cidadão comum.
Assim, assistiu à posse no gramado ao lado da multidão, cerca de 300 mil pessoas, que foram ver Lula receber a faixa presidencial pela terceira vez.
No final da tarde, após todas as cerimônias terem acontecido, Lula e Alckmin já empossados presidente e vice, respectivamente, Dirceu e um pequeno grupo, que parecia ser familiares, voltavam pela parte norte do Eixo Monumento.
No entanto, populares o reconheceram e logo começaram a pedir para tirar foto, selfie com o ex-ministro e ex-todo-poderoso dos governos Lula.
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O BNC também o abordou para lhe perguntar sobre o significado da posse de Lula, pós-governo Bolsonaro e também sobre o assédio dos militantes petistas.
Veja o que o ex-ministro respondeu:
“A posse do presidente Lula é a retomada do fim da história do projeto que vínhamos construindo no Brasil e que foi interrompido pelo golpe (em 2016, contra a presidente Dilma Roussef), pela Lava-Jato e pelo bolsonarismo.
A presença de tantos chefes de Estado aqui hoje revela quão importante é essa mudança de rumo, no Brasil, porque a direita hoje atua em nível internacional.
Porém, essa derrota da direita brasileira, com as vitórias que nós tivemos na América do Sul, é de suma importância.
Além da retomada da luta contra a fome, principalmente aquilo que foi mais destruído: a cultura, a educação e a saúde do povo brasileiro.
Nós vamos poder também cuidar da integração da América Latina e reindustriliazar o Brasil; recolocar o Brasil no mundo em conflito, em guerra, em mudanças geopolíticas e geoeconômicas.
Portanto, o Lula é o estadista à altura para fazer essas mudanças.
Quanto a todo esse carinho, muita generosidade da militância. É do mais do que eu mereço”.
Foto: BNC Amazonas