Desponta mais um nome para comandar a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa ). O mais cotado do momento é o deputado federal José Ricardo (PT-AM), que não conseguiu a reeleição neste ano.
Procurado, José Ricardo não atendeu às ligações para responder se procede as notícias em torno do nome dele para dirigir a Suframa.
No entanto, pessoas próximas ao parlamentar confirmam que há, sim, burburinhos, mas indicação mesmo não tem nenhuma.
“Soube que têm alguns setores tanto da indústria quanto do partido (PT) que querem indicar o deputado. Acho que muito devido ao processo da transição que ele ajudou, tratando da Zona Franca”, afirma Eric Moura, membro da direção nacional do PT.
Segundo o dirigente partidário, na equipe de transição – José Ricardo ficou no GT de Desenvolvimento Regional – falaram muito sobre o nome do deputado do Amazonas como um quadro político, mas também técnico.
Assim o conhecimento que tem da Zona Franca de Manaus, visto que tem trabalho, com projetos há mais de 20 anos.
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Outros nomes
Mas, ainda estão no páreo os nomes do deputado federal Marcelo Ramos (PSD-AM) e do deputado estadual Serafim Corrêa (PSB).
Ambos também não conquistaram um novo mandato na Câmara dos Deputados e na Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM) em 2022.
Outro não eleito, que já apareceu na cotação foi o deputado federal Bosco Saraiva (SD-AM). Ele concorreu a uma vaga de estadual.
No entanto, Saraiva não ganhou força política e já é considerado carta fora do baralho da Suframa.
Dirigente da Eletros
Quem também foi citado, logo que Lula venceu as eleições, foi o presidente da Eletros, Jorge do Nascimento Júnior.
Porém, o executivo já descartou dirigir a autarquia.
“Tem muita gente que gosta dele, mas é ele quem não quer. Jorge Júnior foi cotado várias vezes para dirigir a Suframa e sempre descartou. Está muito bem na Eletros”, confidenciou um empresário ao BNC.
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Indicação política
Apesar de estar com pouco prestígio, o BNC apurou que a Suframa está sendo disputada pelos senadores Omar Aziz (PSD-AM) e Eduardo Braga (MDB-AM).
Com estofo político no governo Lula, são esses caciques que deverão indicar o nome para a Superintendência da Zona Franca de Manaus.
E entre os nomes, até aqui, restam os de José Ricardo e Marcelo Ramos.
No entanto, Ramos disse a interlocutores próximos que é chance zero de ir pra Suframa.
Na verdade, o deputado federal do PSD articula mesmo um bom posto no Ministério da Indústria, Comércio e Serviço (Mdic).
Questionado sobre sua indicação à Suframa, Serafim Corrêa declarou:
Não pleiteio, nem nunca fui convidado. Aos 76 anos prefiro ficar meu escritório dando consultoria econômica e tributária. O espaço deve ser ocupado pelos mais jovens”.
Posição da indústria
As entidades industriais, como a Fieam e Cieam (Federação e Centro das Indústrias do Estado do Amazonas, respectivamente) não querem se posicionar oficialmente sobre o nome que vai para a Suframa.
No entanto, empresários ouvidos pelo BNC dizem não ter apostas ou nomes certos para o posto.
“Vai depender muito do ministro da Fazenda (Fernando Haddad), mas o que se fala por aqui (no Amazonas) é que esse nome vai passar pelo crivo dos senadores Omar e Eduardo”, afirma o empresário que pediu sigilo da fonte.
De outro modo, a indústria amazonense pensa que o novo superintendente da Suframa precisa ser alguém que tenha boa interlocução com Brasília.
Pouco salário e muito “pepino”
Ao que parece, esse empurra-empurra em torno do nome da direção da Suframa vai além da questão do peso político de quem vai indicar ou mesmo do possível indicado.
Tudo indica que ninguém quer encarar o “pepino”, a encrenca que é a Suframa.
Além disso, o salário também não é condizente com o peso do cargo, pois, o superintendente da Suframa recebe em torno de R$ 13 mil líquidos.
“Uma merreca pela pupunha que o dono do cargo vai pegar. Em suma, não importa quem entre na Suframa. Essa pessoa vai fazer nada porque não tem dinheiro. Tudo contingenciado, por isso, o grande desinteresse e, no final, ainda corre o grande risco de parar no crivo do TCU (Tribunal de Contas da União), diz um assessor parlamentar.
Foto/divulgação