Lava Jato: doleiro vai acusar Moro no STF de manipular processo

Alberto Youssef Ă© considerado a pedra fundamental da Lava Jato.

Da RedaĂ§Ă£o do BNC Amazonas

Publicado em: 21/09/2023 Ă s 10:49 | Atualizado em: 21/09/2023 Ă s 10:50

O doleiro Albeto Youssef (foto) vai acusa o ex-juiz e hoje senador SĂ©rgio Moro (UniĂ£o Brasil-PR) no Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta manipulaĂ§Ă£o de provas.

AlĂ©m de atuaĂ§Ă£o irregular para blindar das autoridades e da defesa de Youssef a descoberta de um grampo ilegal que havia sido instalado na cela do doleiro.

De acodo com divulgaĂ§Ă£o do G1, a aĂ§Ă£o junta uma sĂ©rie de depoimentos, investigações internas da PolĂ­cia Federal. Assim como despachos do prĂ³prio Sergio Moro para encorpar as suspeitas levantadas pelo doleiro, que Ă© a pedra fundamental da Lava Jato.

Segundo a publicaĂ§Ă£o, assim que chegou ao STF, a petiĂ§Ă£o foi colocada em sigilo pelo ministro Dias Toffoli.

PorĂ©m, a GloboNews teve acesso ao conteĂºdo do pedido. Procurado, o senador Moro afirmou por meio da assessoria que “qualquer insinuaĂ§Ă£o de envolvimento do senador Sergio Moro Ă© calunia”. 

Escuta

Ainda conforme o g1, preso em 2014, no inĂ­cio da Lava Jato, Youssef encontrou uma escuta ambiental dentro de sua cela.

Dessa foma, ele e seus advogados questionaram Moro, que acionou oficiosamente a PolĂ­cia Federal. O caso levou Ă  uma sindicĂ¢ncia, que rapidamente foi arquivada.

JĂ¡ a PF afirmava que a escuta estava no local hĂ¡ tempos. E que havia sido posicionada para monitorar uma passagem de Fernandinho Beira Mar pela carceragem.

AlĂ©m disso, ainda nesta primeira avaliaĂ§Ă£o, a PF informou que a escuta estava inativa.

Contudo, ocorre que, apĂ³s um depoimento de um agente da PolĂ­cia Federal que disse ter acompanhado a instalaĂ§Ă£o da escuta Ă s vĂ©speras da chegada de Youssef.

Dessa maneira, a PF foi obrigada a abrir uma segunda sindicĂ¢ncia. Os resultados dessa nova apuraĂ§Ă£o interna foram enviados Ă  13ª vara de Curitiba.

Mas permaneceram em sigilo até que Eduado Appio, hoje afastado da Justiça, atendeu pedido da defesa do doleiro e deu acesso integral aos documentos.

EntĂ£o, a segunda sindicĂ¢ncia nĂ£o sĂ³ confirmou que a escuta estava ativa como tambĂ©m, por meio de perĂ­cia, constatou que ela captou as vozes de Youssef e outros presos da Lava Jato por cerca de 10 dias.

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Conversas

Com isso, hĂ¡, nos autos, transcrições de conversas dos presos sobre a investigaĂ§Ă£o e as buscas das quais tinham sido alvos. É ela a base do pedido de Youssef contra Moro no Supremo.

O doleiro afirma ao STF que, ciente do resultado da segunda investigaĂ§Ă£o interna, Moro agiu para blindar os agentes da PF que instalaram a escuta ilegal.

Da mesma foma, impediu que tanto ele, Youssef, como outros presos da Lava Jato, como Marcelo Odebrecht, tivessem acesso ao conteĂºdo dos grampos.

Para sustentar a tese, a defesa de Youssef juntou aos autos despachos nos quais, em mais de uma ocasiĂ£o, Moro recusa pedidos dos advogados de defesa por acesso Ă  sindicĂ¢ncia citando questões formais, como prazo de manifestaĂ§Ă£o.

Pedido

Na alegaĂ§Ă£o ao Supremo, Youssef pede que o ex-juiz tenha sua conduta investigada por supostamente burlar o devido processo legal e solicita ainda que o Supremo tire de Curitiba todo o conteĂºdo das perĂ­cias realizadas nos Ă¡udios.

O pedido chegou Ă  corte na Ăºltima sexta-feira (15). Segundo uma fonte a par do andamento do caso, Toffoli solicitou manifestaĂ§Ă£o da Procuradoria-Geral da RepĂºblica.

Nesse sentido, a assessoria de Moro informou que as queixas jĂ¡ foram analisadas em outras instĂ¢ncias — e descartadas.

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Foto: Valter Campanato/AgĂªncia Brasil