A prisão de Henrique Eduardo Alves (PMDB), ex-governador do Rio Grande do Norte, nesta terça, dia 6, foi no Nordeste, mas os efeitos do tremor foram sentidos no Norte, mais precisamente no Amazonas.
E agitou o momento eleitoral de escolha do governador tampão. E por quê? Um dos pré-candidatos favoritos a vencer essa eleição fora de época é o senador Eduardo Braga, que coincidentemente também é do PMDB e, assim como Eduardo Alves, foi citado na delação da Odebrecht.
No meio político, imaginam seus adversários que o desembarque da operação Lava Jato no Amazonas, por essa coincidência, está mais próximo do que nunca.
Afinal, a construção da Arena da Amazônia em nada difere dos motivos que já levaram três governadores do período pré-Copa do Mundo de 2014 à prisão. Todos foram citados nas delações da Odebrecht como tendo recebido propina no contrato e aditivos das obras.
Por isso, a comparação da prisão desses ex-governadores com o caso de Braga foi inevitável. Nas redes sociais, é o que mais se vê desde ontem. Citam que o ex-governador do Amazonas foi quem assinou o contrato das obras do estádio de Manaus, que não foram realizadas pela Odebrecht, mas pela Andrade Gutierrez, em acordo de construtoras.
Analisa ainda o meio político que a situação de Braga tende a se complicar mais assim que a Andrade Gutierrez fechar acordo de delação, em andamento, com o comando da Lava Jato.
Se apenas a citação de ex-governadores pela Odebrecht já bastou para levar três deles para a cadeia, seus adversários avaliam que a delação da construtora da arena pode fazer um estrago maior ainda.
Os adversários de Braga contam que, com ele fora do jogo, as chances se abrem para todos, principalmente para novos nomes.
Pode ter sido o que motivou o PPS a lançar ontem mesmo o nome da ex-PR Liliane Araújo e hoje os vereadores Marcelo Serafim (PSB) e Chico Preto (PMN) juntam às forças para brigar pelo mandato tampão.
Foto: BNC