Com temas ligados à lei e à ordem, candidaturas de militares crescem

A sensação de medo e a retórica de combate ao crime favorece militares

Publicado em: 05/10/2018 às 15:15 | Atualizado em: 05/10/2018 às 15:15

Temas ligados à lei e à ordem, como segurança pública e combate à corrupção, fortalecem as candidaturas de militares ao longo das últimas eleições nos mais distintos cargos. Pelos dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 961 candidatos militares disputam as eleições neste ano.

Na lista de concorrentes, estão os presidenciáveis: o capitão da reserva do Exército Jair Bolsonaro (PSL) e Cabo Daciolo (Patriota), do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro. Do total, 575 são PMs, 202 são das Forças Armadas, 88 estão na reserva e 96 são do Corpo de Bombeiros.

Em 2014, um contingente fardado de 765 candidatos concorreram às eleições, um número 194 menor em comparação à disputa deste ano. Para o cientista político da Universidade de Brasília Lúcio Rennó, apesar de não ter ocorrido um crescimento expressivo, há um desejo do eleitorado de resolver problemas do seu cotidiano e que, por vezes, estão entre as habilidades dos militares.

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Tema como combate à violência favorece militares

“Há uma sensação de medo no país todo. Até em locais onde a incidência oficial de crimes é relativamente baixa, o medo é alto, então esse tema favorece muito a uma retórica de combate ao crime e, nesse sentido, os militares em geral são favorecidos”, avaliou Rennó.

O cientista político ressaltou que a presença de candidaturas de 178 policiais civis é associada aos mesmos anseios que ligam o eleitorado aos nomes de militares das Forças Armadas, Corpo de Bombeiros e Polícia Militar.

Fonte: Agência Brasil – Foto: BNC/Eustáquio Libório