LG ameaça deixar o Brasil após manobra que tirou projeto da empresa do CAS
Sul-coreana emprega cerca de seis mil pessoas em Manaus

Neuton Corrêa, da Redação do BNC AMAZONAS
Publicado em: 29/04/2021 às 06:48 | Atualizado em: 29/04/2021 às 11:42
Quarta maior empregadora do Polo Industrial de Manaus, a sul-coreana LG já considera a ideia de encerrar suas atividades no Brasil.
A hipótese foi levantada por dirigentes da empresa a líderes empresariais do Amazonas, no furor da frustração que tiveram nesta quarta-feira, dia 28, em Manaus.
Ontem, durante sessão do Conselho de Administração da Suframa (CAS), o secretário de Produtividade do Ministério da Economia, Carlos da Costa, tirou um projeto de R$ 325 milhões da LG para ampliar e diversificar sua atuação na Zona Franca de Manaus.
A retirada da proposta, que abriria 68 postos de trabalho na capital, ocorreu, apesar da manifestação contrária do secretário de Desenvolvimento do Amazonas, Jorio Veiga, do presidente do Cieam, Wilson Périco, e do presidente da Fieam, Antonio Silva.
Os dirigentes da multinacional apontaram o gesto do auxiliar de Bolsonaro como monstra de instabilidade jurídica para se investir no país.
A empresa, assim como a própria Suframa, já dava como certa a instalação das novas bases de produção da LG.
Isso porque ela já vinha em tratativas com a Prefeitura de Manaus e com o governo, inclusive com a vinda de seu presidente ao Estado, Young Seo, que teve encontro com o governador Wilson Lima no dia 19 de abril.
Apesar disso, Carlos da Costa disse que a renúncia fiscal que seria dada à LG era alta na comparação com os postos de trabalho a serem abertos.
A multinacional estava ampliando sua base de produção, após encerrar atividades em Taubaté, em São Paulo, onde o governo paulista reduziu os incentivos fiscais do Estado às indústrias.
Oportunidade de negócio
Assim sendo, a expansão da LG em Manaus seria uma oportunidade de negócio favorecida pelo ambiente pouco atrativo no Sudeste, onde já atuava.
Mas essa oportunidade de negócio para o Amazonas pode estar sendo desperdiçada.
Nos bastidores do CAS, ontem, líderes empresarias diziam que Carlos da Costa, com sua manobra, tentou beneficiar o governador João Dória, adversário de Bolsonaro.
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Foto: BNC AMAZONAS