Mais de 650 criminosos nas ruas, cidadĂ£os em pĂ¢nico

Publicado em: 18/01/2017 Ă s 12:56 | Atualizado em: 18/01/2017 Ă s 12:56

O massacre de presos no Compaj, na reativada cadeia pĂºblica Vidal Pessoa e no Puraquequara revelou muito mais do que a barbaridade dos que vivem confinados no submundo dos presĂ­dios. Mostrou tambĂ©m, entre outras mazelas, que nĂ£o hĂ¡ controle sobre os que estĂ£o segregados do convĂ­vio social.

Neste momento, mais do que nĂºmeros, interessa muito Ă  sociedade saber sobre isso, conhecer o perfil criminal desses presos. Roubou um celular ou matou a mĂ£e (como um dos presos que escreveu carta no Compaj antes de ser decapitado)?

Afinal, quem sĂ£o os que optaram (porque se quisessem fugir, teriam fugido) continuar atrĂ¡s das grades? Quem sĂ£o, alĂ©m do Brayan Bremer, os que botaram o pĂ© no mundo? Quem foi passar as festas de fim de ano em casa e nĂ£o voltou?

Todas as medidas do poder pĂºblico para tirar das costas do cidadĂ£o o peso do pavor e medo que se estabeleceram com essa carnificina, que a pirataria tratou de potencializar com imagens da barbĂ¡rie, sĂ£o bem vindas.

AtĂ© mesmo o mutirĂ£o da Justiça para colocar em liberdade os que, pela lei, deveriam ter sidos julgados, e nĂ£o foram. A maioria, hĂ¡ muito tempo. SĂ£o mais de 430.

Mais do que saber que os 10% (atĂ© hoje) dos que estavam encarcerados agora estĂ£o nas ruas, porque a Justiça nĂ£o os julgou pelos crimes que cometeram (essa Ă© razĂ£o para que estivessem ali, supõe-se), Ă© de extrema importĂ¢ncia que a sociedade conheça quem sĂ£o esses elementos.

Para sua prĂ³pria segurança, por exemplo. Afinal, nĂ£o sĂ£o raros os casos de vingança de quem deixa a cadeia contra aquele que deu causa Ă  sua prisĂ£o.

Acrescente-se um agravante a essa situaĂ§Ă£o: o alto nĂºmero de presos que jĂ¡ estavam nas ruas por conta prĂ³pria, seja porque fugiram dos presĂ­dios ou porque nĂ£o voltaram apĂ³s as licenças de fim de ano. Uns 225.

Somando-se esse universo, para ficar sĂ³ nos nĂºmeros oficiais, sĂ£o mais de 650 pessoas que cometeram algum crime, nĂ£o importa qual tenha sido, que estĂ£o de volta Ă  sociedade, queira esta ou nĂ£o.

Cabe ao cidadĂ£o, principalmente aquele que foi o responsĂ¡vel pela prisĂ£o de algum desses presos libertados, redobrar sua atenĂ§Ă£o. Afinal, o sistema de segurança pĂºblica nĂ£o tem conseguido sucesso na missĂ£o de prevenir a ocorrĂªncia de crimes contra a pessoa. Vide Ă­ndice de homicĂ­dios e roubos nas ruas, comĂ©rcios e residĂªncias, para nĂ£o esticar muito o assunto.

 

Foto: ReproduĂ§Ă£o/YouTube