O massacre de presos no Compaj, na reativada cadeia pública Vidal Pessoa e no Puraquequara revelou muito mais do que a barbaridade dos que vivem confinados no submundo dos presídios. Mostrou também, entre outras mazelas, que não há controle sobre os que estão segregados do convívio social.
Neste momento, mais do que números, interessa muito à sociedade saber sobre isso, conhecer o perfil criminal desses presos. Roubou um celular ou matou a mãe (como um dos presos que escreveu carta no Compaj antes de ser decapitado)?
Afinal, quem são os que optaram (porque se quisessem fugir, teriam fugido) continuar atrás das grades? Quem são, além do Brayan Bremer, os que botaram o pé no mundo? Quem foi passar as festas de fim de ano em casa e não voltou?
Todas as medidas do poder público para tirar das costas do cidadão o peso do pavor e medo que se estabeleceram com essa carnificina, que a pirataria tratou de potencializar com imagens da barbárie, são bem vindas.
Até mesmo o mutirão da Justiça para colocar em liberdade os que, pela lei, deveriam ter sidos julgados, e não foram. A maioria, há muito tempo. São mais de 430.
Mais do que saber que os 10% (até hoje) dos que estavam encarcerados agora estão nas ruas, porque a Justiça não os julgou pelos crimes que cometeram (essa é razão para que estivessem ali, supõe-se), é de extrema importância que a sociedade conheça quem são esses elementos.
Para sua própria segurança, por exemplo. Afinal, não são raros os casos de vingança de quem deixa a cadeia contra aquele que deu causa à sua prisão.
Acrescente-se um agravante a essa situação: o alto número de presos que já estavam nas ruas por conta própria, seja porque fugiram dos presídios ou porque não voltaram após as licenças de fim de ano. Uns 225.
Somando-se esse universo, para ficar só nos números oficiais, são mais de 650 pessoas que cometeram algum crime, não importa qual tenha sido, que estão de volta à sociedade, queira esta ou não.
Cabe ao cidadão, principalmente aquele que foi o responsável pela prisão de algum desses presos libertados, redobrar sua atenção. Afinal, o sistema de segurança pública não tem conseguido sucesso na missão de prevenir a ocorrência de crimes contra a pessoa. Vide índice de homicídios e roubos nas ruas, comércios e residências, para não esticar muito o assunto.
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