Caiu na conta da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, o transtorno logístico pelo qual passa o Amazonas com a vazante extrema que atinge os rios da região.
Com rios em níveis extremamente baixos, sem estrada e sem aeroportos na grande maioria das cidades, o Estado fica isolado.
A rodovial BR-319, que interliga capital e poderia escoar a produção da Zona Franca de Manaus para o restado do país, há de 40 anos está destruída.
Resultado disso: o frete fluvial ficou mais caro e a conta final pode chegar ao país todo. Isso porque televisores, motos, ar-condicionados produzidos aqui, por exemplo, poderão chegar mais caro ao consumidor final.
Contexto histórico
Essa fatura foi entregue ontem à ministra Marina Silva, em sua vinda a Manaus com o vice-presidente Geraldo Alckmin. É a ela que a classe política do Amazonas credita o isolamento.
Isso porque foi ela que desde o início do primeiro mandato do presidente Lula, há 20 anos, se colocou contra as licenças ambientais para a reconstrução da estrada.
Quinze anos depois, novamente, de volta à pasta, ela impõe resistência à obra.
Olhares e golpes à queima-roupa
Então, diante disso, assim que pôs os pés em Manaus, Marina foi alvo de olhares enviezados e dedos em riste. Foi que fez, por exemplo, Sinésio Campos, presidente do PT-AM .
Não se sabe exatamente o que dirigente petista falou para ela, mas a abordagem foi dura e foi sobre a BR-319.
Horas depois, Marina Silva seria questionada pelo senador Omar Aziz (PSD), num sala cercada de políticos. “Eu quero ver na Região Norte política ambiental que gere emprego e renda e que mate a fome?”.
Depois, Omar acrescentou. “Por que será que o Brasil é tão incompetente, tão incompetente que não consegue vigiar uma estrada aberta”.
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Contragolpe de Marina
Abordada sobre a BR-319, Marina também respondeu indagando. “Já se passaram 15 anos que eu não estive como ministra. Por que não fizeram (a BR-319)?”.
Depois, ela cutucou a classe política. “Há trechos da BR-319 licenciados pra obras, um inclusive desde 2007 e que as obras não foram feitas”.
Questão técnica
Além disso, Marina Silva também falou na entrevista que os órgãos ambientais do país “não dificultam nem facitam empreendimentos na estrada”.
Ela disse que o Ibama, por exemplo, se atem a questões técnicas. Ela simplificou: que tenha viabilidade econômica, social e ambiental.
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Foto: BNC AMAZONAS