Um vídeo produzido pela Marinha do Brasil, em homenagem ao Dia do Marinheiro, tem gerado polêmica nas redes sociais e no meio político.
Lançado no domingo (1º), a peça exalta os sacrifícios dos marinheiros ao retratar cenas de intensos treinamentos militares. Ela contrasta com a vida de lazer dos civis, que são mostrados na praia, jogando futebol e em festas.
A legenda do vídeo diz: “Ao chegarmos em dezembro, homenageamos os Marinheiros e Fuzileiros, que abdicam de suas famílias e dos momentos de lazer para proteger as riquezas do Brasil no mar”.
Muitos interpretaram o vídeo como uma resposta aos recentes cortes orçamentários no Ministério da Defesa, que incluíram restrições aos benefícios militares.
O tom da produção, que coloca os civis como privilegiados, gerou críticas, especialmente em meio ao debate sobre os “privilégios” dos militares e as reformas no sistema de pensões.
Contudo, a polêmica sobre a Marinha ganha maior gravidade com a revelação de um relatório sigiloso da Polícia Federal. Ele aponta a instituição em uma investigação relacionada ao suposto golpe de Estado.
Segundo o relatório, o almirante Almir Garnier, então comandante da Marinha, foi o único entre os chefes das Forças Armadas a se colocar à disposição de Bolsonaro (PL) para apoiar o golpe.
O relatório, que resultou no indiciamento de Bolsonaro, Garnier e outras 35 pessoas, revela que o almirante colocou suas tropas à disposição do presidente.
“As referidas mensagens vão ao encontro dos elementos de prova obtidos, confirmando que o então Comandante da Marinha, o almirante Almir Garnier, anuiu com o Golpe de Estado, colocando suas tropas à disposição do Presidente”, revelou o relatório da PF.
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Foto: reprodução/YouTube