Antônio Paulo , do BNC Amazonas em Brasília
No primeiro dia de pagamento do novo auxílio emergencial de 2021, ocorrido nesta terça-feira (6), receberam o benefício 2,4 milhões de pessoas em todo o país. A avaliação é do presidente da Caixa Econômica, Pedro Guimarães.
Os valores de R$ 150, 250 e R$ 375 foram pagos aos aniversariantes do mês de janeiro. A menor “renda” é para quem mora sozinho e o maior valor vai para as mães solteiras.
O auxílio emergencial de 2021 será pago em quatro parcelas nos meses de abril, maio, junho e julho.
O governo federal pretende gastar R$ 44 bilhões para atender a 45 milhões de pessoas no Brasil inteiro.
Agências da Caixa no Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Pernambuco, Bahia e Ceará registraram longas filas nesta terça-feira, uma preocupação a mais às autoridades de saúde em meio à pior fase da pandemia, quando estão sendo registrados mais de 4 mil mortes por dia.
O Brasil acumula mais de 13 milhões de casos e 336 mil mortes de covid-19, além de 11,4 milhões de recuperados.
O presidente do banco, Pedro Guimarães, justificou as filas formadas em frente a agências motivadas por pessoas que tentam desbloquear o aplicativo Caixa Tem, único meio atual de utilização do pagamento da nova rodada.
“Além de beneficiários que tentavam desbloquear o acesso ao aplicativo, também procuraram atendimento pessoas que não seriam contempladas com o pagamento nesta terça-feira, mas buscaram o banco para tirar dúvidas sobre o saque”, explicou Guimarães.
Excluídos do auxílio
Mais de 20 milhões de brasileiros devem ficar de fora das novas rodadas do auxílio emergencial, após a redução do orçamento para o programa.
De acordo com o Ministério da Cidadania, em 2020, receberam o auxílio emergencial – entre abril e dezembro – 68,2 milhões de pessoas. E o governo gastou em torno de R$ 295 bilhões.
Mas, o número de brasileiros elegíveis para receber o auxílio emergencial este ano poderá aumentar.
No processo de tramitação e votação da medida provisória que estabelece o retorno do benefício, o Congresso e o governo conversam para ampliar o número de beneficiados.
Pagamentos no Amazonas
O Ministério da Cidadania não divulga os dados preliminares do total de beneficiados e o valor dos recursos a serem gastos nos estados em 2021. Mas, no ano passado, o governo federal atendeu 1,6 milhão de pessoas e gastou R$ 6,86 bilhões com o pagamento do auxílio emergencial no estado do Amazonas.
Amazonense mostra o cartão que acessa o pagamento do auxílio emergencial Foto: Diego Péres/Secom
A capital Manaus ficou com a maior parcela do benefício: foram atendidas 851,1 mil pessoas (55,5% da população) em valores que chegaram a R$ 3,81 bilhões.
Benefícios em 2021
Para complementar a ajuda financeira da União às famílias em situação de pobreza e extrema pobreza, o governo do Amazonas destinou R$ 90 milhões, beneficiando 150 mil famílias com o repasse de R$ 600, em três parcelas, para compra de itens da cesta básica e de higiene e limpeza. Foram 50 mil famílias em 2020 e 100 mil em 2021.
O governador do Amazonas, Wilson Lima, com uma beneficiária do auxílio emergencial Foto: Diego Péres/Secom
“O auxilio estadual foi criado para ajudar naquilo que é essencial, que é garantir a segurança alimentar com a compra de alimentos, e serviu ainda na prevenção à covid-19, uma vez que o benefício também pôde ser usado na aquisição de produtos de higiene pessoal e limpeza. Além de ajudar 150 mil famílias em situação de vulnerabilidade social, o programa injetou nas duas etapas um total de R$ 90 milhões na atividade econômica da capital e interior, colaborando com a geração de emprego e renda e a manutenção de empregos no comércio dos 62 municípios do estado”, disse o governador Wilson Lima, que foi ajudou a entregar o cartão de pagamento a famílias carentes.
O prefeito de Manaus, Davi Almeida, também seguiu o exemplo do governador Wilson Lima.
Em março deste ano, a Prefeitura Municipal de Manaus lançou o “Auxílio Manauara”, com pagamento das duas primeiras parcelas.
O “Auxílio Manauara” está beneficiando 40 mil famílias com transferência de renda no valor de R$ 200 por seis meses, prorrogado por mais seis meses caso permaneça a situação de pandemia.
São R$ 8 milhões por parcela, portanto, ao final dos 12 meses, serão investidos R$ 96 milhões.
O programa da capital amazonenses é destinado a dois públicos: famílias beneficiárias do programa Bolsa Família, com crianças até 36 meses de idade e se for família unipessoal, idoso acima de 60 anos; e trabalhador informal, a partir dos 18 anos, com crianças até 36 meses de idade ou família unipessoal.
Em ambos os casos, a família deve ter renda mensal de até R$ 178 por pessoa.
Transferência em Coari
Único município do interior do Amazonas a pagar o auxílio emergencial, Coari, por meio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social de Coari (SMDS), realizou no dia 19 de fevereiro deste ano a primeira transferência de renda de 2021 do Programa Direito à Cidadania.
O benefício está sendo pago com recursos próprios às famílias assistidas pela política de assistência social do município.
Os beneficiários receberão o auxílio mensal, no valor de R$ 300, durante 12 meses.
De acordo com a prefeita em exercício, Dulce Menezes, o pagamento do “Direito à Cidadania” é uma medida de proteção social para minimizar os impactos da crise provocada pelo novo coronavírus, garantir condições básicas de renda para as famílias em situação de vulnerabilidade, além de fortalecer a economia local.
Recursos próprios
Dulce Menezes destacou que Coari é o único município no interior do estado a oferecer um auxílio importante àqueles que mais precisam e que está pagando com recursos próprios.
O Direito à Cidadania é um programa municipal de transferência de renda que foi executado entre 2001 e 2008, na gestão do ex-prefeito Adail Pinheiro, e retomado em 2019 na administração de Adail Filho.
Ele tem como objetivo atender parte vulnerável da população em suas necessidades básicas de alimentação, saúde e educação.
Em 2021, o valor do benefício foi ampliado de R$ 250 para R$ 300.
Foto: reprodução/JP Agora