Ministério da Justiça entrega primeira base fluvial do programa Vigia na Amazônia
Base Arpão e torre de comunicação ajudarão no combate ao tráfico de drogas e contrabando. Governo do Amazonas é parceiro na ação

Ferreira Gabriel, da Redação do BNC Amazonas em Brasília
Publicado em: 03/08/2020 às 17:02 | Atualizado em: 03/08/2020 às 17:02
O combate ao crime organizado será reforçado no Amazonas, com a Base Arpão (AM), primeira base fluvial da Amazônia Legal no âmbito da Operação Hórus.
Será entregue, também, uma torre de comunicação com rádios móveis e portáteis. A inauguração será nesta terça-feira (4), na cidade de Iranduba (AM).
Com investimento de R$ 17 milhões, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, os equipamentos integram as ações do Programa Nacional de Segurança nas Fronteiras e Divisas (Vigia), coordenado pela pasta em parceria com os estados.
Participam da inauguração o governador do Amazonas, Wilson Lima, o coordenador-geral de Fronteiras da Secretaria de Operações Integradas (Seopi/MJSP), Eduardo Bettini, o secretário de Segurança Pública do Amazonas, coronel Louismar Bonates, e outras autoridades.
Base Arpão
A base fluvial do Vigia será atracada no Rio Solimões, entre os municípios amazonenses de Coari e Tefé – uma das principais rotas de escoamento de drogas, como cocaína e skank, produzidas em países vizinhos, principalmente na Colômbia e no Peru.
Essa altura do médio Solimões é considerada um corredor de entorpecentes.
“Como o crime deságua nessa região e segue para grandes centros urbanos, os agentes de segurança irão fiscalizar embarcações e desencadear ações de combate ao crime organizado”, informa o coordenador-geral de Fronteiras da Secretaria de Operações Integradas (Seopi/MJSP), Eduardo Bettini.
Apoio do governo do Amazonas
A Base Arpão comporta cerca de 60 agentes de segurança pública.
Para complementar o trabalho de atuação integrada, outras cinco embarcações blindadas e duas lanchas financiadas pelo governo do estado do Amazonas darão apoio na execução para garantir que os criminosos não desviem a rota.
Bettini reforça que a base será um ponto de controle fluvial.
“Embarcações serão paradas e revistadas com objetivo de combater o narcotráfico e garantir, ainda, a segurança da população ribeirinha vítima de ataques de piratas que ficam na região para assaltar embarcações com drogas”, explica.
Torres de comunicação
Em parceria com o Exército Brasileiro, será instalada, também, a primeira torre de comunicação com rádios móveis e portáteis no município amazonense de Iranduba.
Outros seis equipamentos desse porte também estão sendo instalados nas cidades de Tabatinga, Benjamin Constant, Tefé, Coari, Santo Antônio de Içá e Parintins. O sistema proporcionará a comunicação e interoperabilidade de excelência entre diversos agentes de segurança pública que atuam na região.
Além do investimento de R$13 milhões, a Seopi/MJSP empregou outros R$ 4,5 milhões para manutenção do sistema e custeio na aquisição de binóculos termais, óculos de visão noturna, equipamentos de comunicação, comando e controle, bem como sistema de rádio georreferenciado.
Atuação do Vigia
Desde abril de 2019, o Programa Vigia atua com o objetivo de blindar a entrada no Brasil de armas, drogas e produtos contrabandeados pelos cerca de 16 mil quilômetros de fronteira.
O programa conta com operações em andamento nos estados do Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, Acre, Amazonas, Rondônia, Roraima, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, além das divisas do Tocantins e Goiás.
Há nove meses, desde que chegou ao Amazonas, a atuação permanente do Vigia contribuiu para o prejuízo de R$ 143 milhões ao crime organizado, sendo R$ 4 milhões relacionados ao crime ambiental.
O programa contabiliza, também, a apreensão de 8 toneladas de drogas, 474 armas, 49 embarcações e 123 veículos.
Foto: Divulgação/Secom
Leia mais
Com um ano, Vigia causa prejuízo de R$ 750 milhões às organizações criminosas