Ministras sĂ£o menos divergentes na hora de votar no STF que colegas homens
Dado estĂ¡ em linha com evidĂªncias de que mulheres sĂ£o mais interrompidas em julgamentos.

Da RedaĂ§Ă£o do BNC Amazonas
Publicado em: 10/02/2025 Ă s 17:25 | Atualizado em: 10/02/2025 Ă s 17:25
Ministras sĂ£o menos divergentes no Supremo Tribunal Federal (STF) na hora de apresentar votos que os seus colegas homens. É o que mostra pesquisa recente sobre o comportamento dissidente na corte.
AlĂ©m disso, o dado estĂ¡ em linha com evidĂªncias de que mulheres sĂ£o mais interrompidas em julgamentos.
Dessa forma, sugere que dinĂ¢micas de poder relacionadas ao gĂªnero podem influenciar o processo de tomada de decisĂ£o no tribunal, diz o estudo. A informaĂ§Ă£o Ă© da Folha de S.Paulo.
Segundo a publicaĂ§Ă£o, os autores utilizaram um banco de dados inĂ©dito de mais de 2 milhões de votos individuais proferidos ao longo de 35 anos —da promulgaĂ§Ă£o da ConstituiĂ§Ă£o Federal, em 1988, Ă primeira metade de 2023.
“Agora temos informações sobre como os ministros atuam em todas as suas Ă¡reas de competĂªncia e de jurisdiĂ§Ă£o”, diz um dos pesquisadores Ă frente do estudo, Ivar Hartmann, do Insper, coautor do artigo ao lado de Diego Werneck, do Insper, e de Evan Rosevear, da Universidade de Southampton (Reino Unido).
No STF, de longe, quem mais divergiu ao longo do perĂodo foi o ministro Marco AurĂ©lio, hoje aposentado. O magistrado foi responsĂ¡vel por dois terços dos votos divergentes no tribunal. A probabilidade de um voto divergente Ă© multiplicada por 24 nos casos em que ele votou.
Assim sendo, excluindo o “efeito Marco AurĂ©lio” da anĂ¡lise, a pesquisa aponta que, embora em termos absolutos a diferença seja pequena, ministros homens tĂªm o dobro da probabilidade de apresentar votos divergentes quando comparados com ministras mulheres.
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Foto: JosĂ© Cruz/AgĂªncia Brasil