Ministro entra na onda bolsonarista e chama boicote à imprensa
Ministro também disse que o Brasil tem acordo para mais 100 milhões de doses da Pfizer, somando um total de 200 milhões

Diamantino Junior
Publicado em: 03/05/2021 às 20:56 | Atualizado em: 03/05/2021 às 21:00
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse nesta segunda-feira (03) durante participação no evento da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) que parte da imprensa não contribui com o Brasil durante a pandemia de covid-19 e pediu que os empresários repensem publicidade nesses veículos.
Queiroga mencionou uma foto tirada dele enquanto ajeitava a máscara na recepção das vacinas contra covid-19 da Covax Facility no domingo (02) e disse que, em breve, aqueles que não contribuem com o país, na visão dele, serão desmascarados.
“Vai chegar o momento em que nós vamos desmascarar essas pessoas que não contribuem com o Brasil. Até parte importante da imprensa, eu não sei por que motivação querem fazer isso para fomentar a discórdia”, disse o ministro, antes de se dirigir diretamente à plateia de empresários presentes.
“Era bom até que os senhores que são da iniciativa privada e fazem publicidade nesse tipo de veículo de comunicação repensassem essas estratégias”, aconselhou.
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Queiroga também disse que o Brasil tem acordo para mais 100 milhões de doses da Pfizer, somando um total de 200 milhões. O ministro defendeu a reforma e o fortalecimento do SUS.
“O SUS é um patrimônio de todos os brasileiros e devemos fortalecê-lo, não só na assistência especializada, mas sobretudo na atenção primária”, disse Marcelo Queiroga.
Ministro infla número da vacinados
O ministro disse que “Hoje já temos imunizados com as duas doses cerca de 18% da população brasileira. Isso é um dado importante, e vamos avançar mais. Mais de 70 milhões de doses de vacinas já [foram] distribuídas”.
No entanto, de acordo com o último balanço divulgado pelo Poder360, em 1º de maio, o número de vacinados com ao menos uma dose equivale a 14,9% da população, segundo a projeção para 2021 de habitantes do IBGE. Os que receberam as duas doses são 7,4%.
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Foto: Agência da Aids